Ponte Preta x Novorizontino tem embate inédito entre pai e filho

Com informações da Agência Futebol Interior
Arte: Ponte Preta

Nelsinho Baptista e Eduardo Baptista se enfrentam no sábado

Os jogadores são os maiores protagonistas em uma partida de futebol. Mas existem exceções. Uma delas será neste sábado, quando Ponte Preta e Novorizontino se enfrentam no Estádio Moisés Lucarelli, às 17 horas, pela 10ª rodada da Série B do Brasileiro.

As atenções estarão voltadas para o banco de reservas. Do lado da Ponte Preta, Nelsinho Baptista. Do lado do Novorizontino, Eduardo Baptista. O sobrenome não é coincidência. Pai e filho estarão se enfrentando no gramado do Majestoso.

E foi ali onde tudo começou para os dois. Nelsinho Baptista surgiu para o futebol como lateral-direito, passando depois por São Paulo, Santos e Juventus-SP. Depois de pendurar as chuteiras, ele apostou na carreira de treinador e teve o início na Macaca, em 1985.

Nelsinho Baptista dirigiu a Ponte Preta em outras três oportunidades antes de retornar há duas semanas. Foi na sua última passagem, entre 2020 e 2021, que inseriu o filho Eduardo Baptista na comissão técnica, como preparador físico.

Foram 10 anos de parceria, passando por São Paulo, Goiás, Flamengo, São Caetano, Nagoya Grampus-JAP, Santos, Corinthians, Sport e Kashiwa Reysol-JAP. Até que, em 2011, Eduardo Baptista resolveu “deixar” o pai no Japão e retornar ao Brasil para trilhar seu próprio caminho.

A primeira oportunidade de Eduardo Baptista como treinador foi em 2014, no Sport, onde havia sido bicampeão pernambucano (2008 e 2009) e campeão da Copa do Brasil (2008) na equipe liderada por Nelsinho. Logo em seu primeiro ano, conquistou a Copa do Nordeste pelo Leão.Depois, Eduardo Baptista dirigiu Fluminense, Palmeiras, Athletico-PR, Coritiba, Vila Nova, CSA, Mirassol, Remo, Juventude, Atlético-GO e Ponte Preta antes de chegar ao Novorizontino, onde está desde o início de 2023.

Mesmo à distância, a história de pai e filho esteve interligada. Os dois estão entre os 16 treinadores que mais dirigiram a Ponte Preta: Nelsinho Baptista é o 10º colocado, com 118 partidas, e Eduardo Baptista é o 16º, com 71.

A família Baptista também tem história em Novo Horizonte. Em 1990, Nelsinho foi o responsável por levar o Grêmio Esportivo Novorizontino ao vice-campeonato paulista, perdendo a final para o Bragantino, de Vanderlei Luxemburgo. O clube fechou as portas e em 2010 surgiu o Grêmio Novorizontino.

No ano passado, Eduardo Baptista foi contratado para devolver o Tigre à elite do futebol paulista e conseguiu, ficando com o vice-campeonato da Série A2 ao perder a final para a Ponte Preta. O clube ainda ficou a um ponto do G-4 da Série B do Brasileiro.

Anunciado há duas semanas como substituto de João Brigatti, Nelsinho Baptista dirigiu a Ponte Preta em apenas duas partidas: ganhou do CRB (4 x 2, em Campinas) e perdeu para o América-MG 92 x 0, em Belo Horizonte). O treinador de 73 anos – o mais experiente da Série B – vem fazendo testes e aos poucos vai encontrando a formação ideal.

Já Eduardo Baptista tem um trabalho mais consolidado no Novorizontino. Anunciado em novembro de 2022, o profissional de 52 anos é o treinador que mais dirigiu o clube na história – 82 partidas – e vem colhendo bons resultados. Não à toa o Tigre é um dos postulantes ao acesso à elite do Brasileirão.


Em sua apresentação na Ponte Preta, Nelsinho Baptista tratou com naturalidade a possibilidade de enfrentar o filho pela primeira vez.

“Eu sabia que isso poderia acontecer em algum momento. Eu encaro isso com naturalidade e normalidade. Há um respeito muito grande por ser meu filho, mas também pelo profissional Eduardo. Ele vai trabalhar a parte dele, eu vou trabalhar a minha e cada um vai buscar o melhor. O bom é que eu conheço ele, né? Mas ele me conhece bastante também (risos)”, brincou o treinador da Macaca.

Na entrevista coletiva concedida antes da partida, Eduardo Baptista rasgou elogios ao pai e não escondeu a alegria de poder enfrentar Nelsinho Baptista dentro do gramado.

“Para mim é bastante especial. Você estar lado a lado em um campo de jogo, onde eu cresci e admirando meu pai sempre, como jogador e treinador. Para mim vai além do jogo, é algo que vai ficar para sempre. É meu ídolo e é saber aproveitar esse momento. O Nelsinho não é qualquer treinador, é um cara que tem uma leitura de jogo fantástica, muda o jogo muito rápido dentro da partida, então a preparação tem que ser maior que o normal. Será um dia muito especial para mim, de dever cumprido, de estar ao lado do seu ídolo e no mesmo patamar”, destacou Eduardo Baptista.
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