A história de Manoel Maria com o Santos FC

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Manoel Maria atuando no Santos

Apesar dos difíceis tempos atuais, onde terá de amargar pela primeira vez a disputa de uma Série B, o Santos é um dos clubes com história mais rica e bonita do futebol. O Alvinegro Praiano possuí diversos nomes que fizeram história vestindo a camisa do clube, além do Rei do Futebol ter sido formado pelas bandas de Vila Belmiro. Um dos grandes nomes da história do Peixe é o ponta Paraense Manoel Maria, que completa seus 76 anos neste dia 29 e é um dos maiores nomes da história do alvinegro.

Manoel Maria começou a jogar futebol em sua terra natal, no Pará e inclusive foi para a Seleção Brasileira pela primeira vez jogando pela própria Tuna Luso. Chegou ao Santos em 1968, trazido para um time que já havia vivido seu auge naquela década, apavorando o futebol mundial como um todo, mas que ainda tinha mais coisas a conquistar com um certo Pelé em suas linhas, comandando uma nova geração de craques.

Desde o começo, não se intimidou e mostrou bom futebol no Santos, ocupado aos poucos seu espaço e encantando a torcida com seu futebol arisco, ofensivo e com enorme repertório de dribles, que fez com que a torcida o apelidasse de "Mané" Maria, em uma espécie de comparação do seu estilo com o histórico Mané Garrincha. Já em seu primeiro ano de Santos, ajudou o time a conquistar o Robertão e a Recopa Mundial diante da Internazionale.

Nos anos seguintes, se converteu num dos maiores destaques e num dos jogadores mais queridos pela torcida. Não era exatamente um artilheiro que marcasse muitos gols, mas contribuía muito na criação de jogadas e com assistências. Em 1969, foi campeão do Paulistão com o Alvinegro Praiano, numa campanha onde curiosamente marcou apenas um gol no certame, apesar de jogar a maioria dos jogos como titular. Seu bom futebol fez inclusive com que entrasse na pré-lista da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1970.


Foi após a Copa que viveu um grande pesadelo particular, com um grave acidente automobilístico que o tirou dos gramados por muito tempo e quase lhe custou a vida. Voltou a atuar em 1972, marcando um gol na campanha do primeiro turno do Santos, mas mesmo assim entrava apenas esporadicamente nos jogos, ainda se recuperando. Em 1973, viveu bom começo no Campeonato Paulista, mas desavenças com a diretoria do Santos o fizeram ficar com o passe livre e acabar na Portuguesa Santista. 

Retornou ao clube em 1976, atuando basicamente apenas em amistosos, antes de novamente deixar o Alvinegro Praiano para jogar no Noroeste. Pendurou as chuteiras no Corinthians de Presidente Prudente, no próprio ano de 1977. No total, pelo Peixe, atuou em 174 jogos, marcando 34 gols. 
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