Romário e sua passagem pelo PSV Eindhoven

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

O Baixinho fez sucesso no PSV

O ex-atacante e atual senador Romário está completando 58 anos de idade nesta segunda -feira, dia 29 de janeiro de 2024. Enquanto atuava dentro das quatro linhas, se tornou um dos maiores nomes da história do futebol brasileiro, já que fazia muito sucesso pelas equipes que defendia. Seu primeiro clube do exterior ao longo de toda a sua carreira foi PSV Eindhoven, clube onde é idolatrado e reverenciado até os dias de hoje.

O Baixinho chegou ao clube holandês por US$ 6 milhões de dólares estadunidenses, sendo a contratação brasileira mais cara efetuada por um clube estrangeiro. A transferência, inclusive, ultrapassou o custo da venda de Zico para a Udinese, da Itália, por US$ 4 milhões de dólares em 83.

O craque brasileiro teve um excelente contrato junto ao time de Eindhoven: recebia um salário de US$ 1 milhão de dólares por temporada mais mordomias, US$ 1 milhão de dólares de luvas, casa com vários quartos e todos os empregados que fossem precisos, equipamento de som e vídeo da marca Philips, carro Opel GSI, 10 passagens aéreas por ano para viajar da Holanda ao Brasil, live arbítrio para fazer propaganda em qualquer lugar no mundo, contrato publicitário junto a Philips no Brasil, curso de inglês e holandês para ele e sua esposa na época Mônica Santoro, intérprete e cursos em faculdades holandesas. Além de tudo isso, caso seu passe fosse vendido por mais de US$ 3,7 milhões de dólares para qualquer outra agremiação, ele poderia receber até 15% de tudo que ultrapassasse o valor. Guus Hiddink, treinador do PSV na época, esteve no Brasil para marcar presença no período de todas estas negociações.

Debutou pela equipe neerlandesa no dia 30 de outubro de 88, quando o PSV bateu o Twente por 3 a 0. Em sua temporada de estreia no clube, foi artilheiro e campeão, tanto do Campeonato quanto da Copa nacional. Na Copa dos Campeões da UEFA, enfrentou o Real Madrid, que viria a ser seu rival alguns anos depois. Fez gols nos gois confrontos, mas quem avançou às semifinais foi o time Merengue, na prorrogação. Esteve na perda do título do Mundial Interclubes, partida na qual ele faz o empate contra o Nacional a quinze minutos do encerramento. A finalíssima jogo foi para a prorrogação, o PSV chegou a virar o jogo, mas leva o gol no último minuto dos 30 adicionais.

Na disputa de pênaltis, ele até converteu a cobrança dele, mas não foi o suficiente para impedir o triunfo uruguaio por 7 a 6. Na Supercopa Europeia, Romário e Companhia perdeu o título para o belgas do Mechelen.

Na temporada 1989/90, Romário foi mais uma vez artilheiro da Eredivisie, tornou a conquistar a Copa nacional e se tornou o primeiro brasileiro convocado para jogar uma Copa do Mundo representando um time holandês. Entretanto, o brasileiro sofreu uma lesão no tornozelo faltando três meses Mundial defendendo o PSV acaba o privando de jogar pela Amarelinha. Sem poder contar com o Baixinho na reta final do Campeonato, os Boeren perderam o campeonato por apenas um ponto para a equipe do Ajax, e comprovou a declaração do atacante, que certa vez falou que "o PSV dependia de dele, e que todos sabiam que o time não conseguia jogar sem sua presença".

De fato sua importância era tanta, que a diretoria o desculpou mesmo depois de receber fotos de Romário disputando animadas partidas de futebol de areia no Rio de Janeiro. A atitude aborreceu os dirigentes porque antes de ir ao seu país natal, o brasileiro havia sido liberado pelo PSV para tratar da sua lesão.

O Baixinho mostrou uma belíssima recuperação após a contusão, e em 1990/91, voltou a ser artilheiro e campeão da Eredivisie, com um gosto especial para a torcida dos Rood-witten: o PSV, que era considerado como a terceira força do futebol neerlandês empata, em número de títulos do Campeonato Holandês com o Feyenoord, que foi ultrapassado em 1991/92, com o bicampeonato consecutivo do clube de Eindhoven.


A temporada de 92–93, na qual o Feyenoord se iguala novamente ao PSV com a conquista da Eredivisie, foi a primeira que Romário não conquistou nenhum título no cenário holandês. Mesmo assim, o fato de ter sido artilheiro da Copa dos Campeões da UEFA, com o PSV sendo o último na fase de grupos, chamou a atenção de grandes clubes do futebol espanhol. Primeiramente, o Valência tentou o contratar a pedido de Guus Hiddink, seu ex-treinador em Eindhoven, mas ninguém menos do que Johan Cruijff, que comandava o Barcelona, convenceu a diretoria a levar o craque para a equipe Blaugrana.

Os catalães no fim acabaram sendo convencidos a comprar Romário, desembolsando um total de US$5 milhões de dólares estadunidenses. Romário deixou o PSV depois de marcar 165 gols em 167 partidas disputadas. Mesmo que a trajetória do brasileiro na Holanda seja pouco lembrada, foi no clube neerlandês que Romário conquistou mais títulos oficiais. Sua fama fez com que em 2013 fosse feito um documentário em homenagem a ele. O título era: "Romário, samba in Eindhoven".
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