Foto: EFE/EPA/Gabriele Menis
Maignan foi vítima de mais um caso de racismo na Itália
Em pleno 2024, é um absurdo indescritível que ainda precisamos discutir racismo dentro da sociedade e do mundo e o futebol não consegue, infelizmente, escapar disso. Diversos lugares do mundo tem conseguido pelo menos combater esse crime nojento através de ações mais fortes contra quem comete esse ato, mas o futebol europeu e a sociedade europeia como um todo ainda tem um problema enorme com o racismo, incluindo lugares que nem consideram isso um crime (muito ainda dão espaço ao neonazismo e neofacismo.). Neste fim de semana, o excelente goleiro Maignan foi mais uma vítima desse absurdo em um jogo do Milan, mais uma vez na Itália.
A primeira coisa a se dizer é que a Itália é um dos países que trata esse assunto de maneira muito leve e isso, queira você ou não, seja você de esquerda ou direita, tem a ver com a política local, já que o partido que hoje governa o país tem em suas colunas descedentes diretos de Mussolini. A Bota, a despeito das várias qualidades que possuí, inclusive de seu povo, jamais levou o racismo como um problema sério como deveria. Há poucos anos, Lukaku sofreu represálias da própria Curva Nord da Inter após sofrer um ataque deste tipo e a Liga Italiana pouco faz de eficiente contra isso.
O goleiro francês fez um imenso desabafo nas redes sociais, acusando a todos que se omitem de ação nesse momento de cúmplices e está correto. A falta de ação da Itália, da Espanha e de vários outros países, principalmente mais ao Leste Europeu é cúmplice do racismo que ainda acontece naquele continente, de uma postura nojenta de um lugar onde vários países são culpados diretos pelo inferno que vive a população preta africana, sul-americana e de todo mundo até os dias atuais.
Infantino, que é italiano e preside a FIFA declarou que é a favor de derrota automática em casos do tipo e talvez essa medida seja necessária para que pelo menos nos estádios o racismo pare de ser algo aceito, mas para mudar uma sociedade como um todo a FIFA não tem muito o que fazer. Dentro do futebol, porém, a derrota automática já seria uma ação imensamente grande diante desse tipo de ato. Quem reclamasse dessa direção de certa forma já se revelaria como um colaborador do racismo.
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No continente europeu como um todo os países que melhor combatem o racismo são, de longe inclusive, Inglaterra, de certa forma Reino Unido como um todo e Alemanha. No que se refere a terra do Rei Charles, a tolerância da Premier League com esse tipo de situação é zero e os casos não acontecem a anos. Vale o mesmo para divisões inferiores e para a Scottish Premier League e a Northern Ireland Football League. A Alemanha também trata casos desse tipo com tolerância zero na sociedade como um todo e isso acaba por se estender ao futebol.
Fora do futebol, o problema do racismo provavelmente vai existir enquanto o mundo existir, restando lutar e combater essa ação inaceitável no dia a dia. No futebol, porém, passou da hora desse tipo de coisa acabar, não mais existir e não ser aceito. Se um país quer aceitar esse tipo de coisa, ele deveria tomar sanções, mas essa é outra discussão, mas dentro do futebol isso não pode mais ser aceito.
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