Foto: Getty Images
A torcida da Roma protestou muito contra a saída de Mourinho
Este problema não é também algo recente. O já citado Pep Guardiola, gigante da história deste esporte e maior treinador dos tempos atuais, tirou um ano sabático após deixar o Barcelona devido ao cansaço mental e físico, mesmo após viver a era mais vencedora de toda a história do gigante catalão. Não consigo nem pensar como se sentia Alex Fergunson, que ficou 20 anos na imensa pressão da Premier League, principalmente nos últimos anos, onde ela já era a maior liga de futebol do planeta.
O futebol mundial e agora nestes últimos tempos principalmente o europeu está virando uma máquina de moer técnicos, seja os que ainda estão tentando ajustar seu trabalho ou até nomes consagrados que já são considerados divindades em suas torcidas. Além de Klopp, notícias de outras saídas balançam os bastidores do futebol europeu no momento. Arteta é a bola da vez, já que foi noticiado que possivelmente ele deixará o Arsenal ao fim da temporada, Mourinho foi a pouco demitido da Roma, Pocchetino e Ten Hag balançam na Inglaterra, a diretoria do Milan já cogita substituir Pioli, Inzaghi só sobreviveu na Inter pela campanha europeia no ano passado. A pressão está moendo carreiras.
É preciso reforçar neste texto que é claro que nem todas as saídas citadas são necessariamente injustificáveis. Erik Ten Hag balança no Manchester United pois o trabalho ainda não rende os frutos que o clube gostaria, assim como o caso de Xavi no Barcelona, que já decidiu pela sua saída, num clube que na verdade balança e ainda sofre consequências do desmando administrativo que viveu nos últimos anos. Pocchetino também começa mal no Chelsea, num time que não consegue se encontrar. Pioli não vai bem no Milan. Mas, é preciso refletir se a dificuldade desses trabalhos renderem também não vem das demandas as vezes inatingíveis pedidas por eles.
Porém, casos como o de Arteta e Klopp são muito tristes pelo que representam. Na Itália, Mourinho levou um time mediano da Roma a um título continental e fazia uma campanha digna do seu elenco, mas também caiu, para revolta da torcida. Ainda na Bota, Inzaghi só permaneceu na Inter devido ao espetáculo nerazzurro na Europa, em meio a turbulências normais na temporada passada. Não são só treinadores, já que alguns jogadores vem sucumbindo ao imenso moedor mental que virou o ludopédio. Até para dirigentes é difícil suportar a pressão que tem ocorrido.
Apesar da análise neste texto ser em cima do futebol europeu, é óbvio que o futebol brasileiro não foge desta infeliz lógica. Temos o exemplo recente bizarro do Velo Clube, que demitiu seu treinador mesmo com um começo razoável no Paulistão da A2, após a primeira derrota. O mundo do futebol tem se tornado uma máquina de moer profissionais, uma impiedosa engrenagem de minar talentos e ideias e isso é preocupante para o futuro do esporte mais popular do planeta.
Este problema não é também algo recente. O já citado Pep Guardiola, gigante da história deste esporte e maior treinador dos tempos atuais, tirou um ano sabático após deixar o Barcelona devido ao cansaço mental e físico, mesmo após viver a era mais vencedora de toda a história do gigante catalão. Não consigo nem pensar como se sentia Alex Fergunson, que ficou 20 anos na imensa pressão da Premier League, principalmente nos últimos anos, onde ela já era a maior liga de futebol do planeta.
A questão não é quando a demissão parte de um projeto que não dá certo, mas quando a pressão mina um projeto vencedor ou promissor. Até quando vamos normalizar que o futebol siga destruíndo quem cria o espetáculo que tanto gostamos de assistir? É preciso que quem comanda este esporte repense a forma como ele está se autodestruíndo. É um luto para todos nós que gostamos deste esporte quando vamos uma história sendo minada por alguém não suportar mais. O futebol europeu e mundial não pode mais ser uma máquina de destruir seus grandes sonhos e talentos.
0 comentários:
Postar um comentário