O São Caetano campeão do Paulistão A2 de 2000

Por Ricardo Pilotto

Foto: Arquivo

O Azulão completa 34 anos de fundação

Nesta segunda-feira, dia 4 de dezembro de 2023, a tradicional Associação Desportiva São Caetano completa 34 anos de existência. Antes de ganhar projeção no cenário nacional ao chegar na grande decisão da Copa João Havelange de 2000, o Azulão conquistou o terceiro título da sua história ao ganhar a Série A2 do Campeonato Paulista daquele ano.

Naquela época, a segunda divisão do estadual foi disputada de maneira totalmente diferente. A competição contava com duas fases e permitia que o vencedor da primeira pudesse jogara elite naquele mesmo ano, enquanto o campeão da segunda só teria o direito de jogar Série A1 no ano seguinte.

Ao longo da primeira fase, conhecida também como Torneio Relâmpago, por dar a classificação ao vencedor com dez partidas jogadas, o clube do ABC encontrou sérias dificuldades para embalar no campeonato. Ao todo, o Pequeno Gigante ganhou apenas dois jogos em seis realizadas, e não avançou às eliminatórias. Além disso, viu Botafogo conquistar o tão sonhado acesso.

Para melhorar o seu desempenho na segunda parte do certame, o time azulino fez algumas mudanças, visando a volta por cima. Uma delas, foi no comando técnico: trocou Roberval Davino, que não conseguiu atingir as expectativas, por Jair Picerni, que depois veio a ser o grande responsável  por conduzir o São Caetano aos seus tempos áureos.

Àquela altura, o treinador chegava ao Anacleto com a tarefa de transformar o Azulão em um time vencedor. Até porque, mesmo contando com jogadores talentosos no seu plantel, o time vinha de um ano pra lá de decepcionante.

Liderado pelo novo comandante, o Pequeno Gigante conduzido por Silvio Luiz, Japinha, Daniel, Serginho, Dininho, César, Magrão, Adãozinho, Claudecir, Leto, Esquerdinha, Adhemar e Zinho ganhou mais força para conseguir a sua vaga na divisão de cima.

Para completar, o clube caetanista ainda trouxe um jogador que viria a trazer muitas felicidades à torcida do time do ABC: o irreverente Túlio Maravilha. O atacante chegou à equipe com o objetivo de ser o grande goleador, e não decepcionou: terminou o campeonato como artilheiro, tendo marcado 19 gols.

Considerado como um dos forte candidatos ao acesso, o São Caetano 'passou por cima' de quase todos os seus adversários durante a etapa classificatória dessa segunda e última fase do torneio. Ao longo dos 15 compromissos que teve, o Azulão ganhou 12, empatou dois e teve somente um revés.

Foram 38 tentos anotados e contra oito sofridos. Além disso, o Pequeno Gigante ainda goleou equipes como o XV de Piracicaba e o Etti Jundiaí por 6 a 1, e o Paraguaçuense pelo placar de 7 a 1. Essa última é, inclusive, a maior vitória da história do time do ABC até hoje.

Classificado com uma excelente trajetória, o São Caetano teve de encarar o Comercial nas quartas de final. O Azulão não deu chances ao Bafo e eliminou o clube alvinegro com duas vitórias: na ida, venceu por 2 a 0 em Ribeirão Preto, enquanto na volta, aplicou um 3 a 0.

Nas semifinais, o Pequeno Gigante enfrentou o Juventus, que contava com Marcos Denner e Fábio Carille, quando ainda era jogador profissional. Entretanto, a tão respeitada Rua Javari não foi o suficiente para estragar o bom momento do clube azulino.

Depois de garantir a sua classificação para a grande final com uma belíssima vitória por 4 a 1 aplicada em cima do Moleque Travesso, o time caetanista mediu forças com Etti Jundiaí, atual Paulista, na disputa pelo título.

Tanto o São Caetano quanto o Gallo do Javi, que contava com o patrocínio da Parmalat, protagonizaram uma decisão digna. Mesmo jogando longe de seus domínios na partida de ida, o Azulão conseguiu vencer pelo placar magro de 1 a 0.

No dia 23 de julho de 2000, o Estádio Municipal Anacleto Campanella recebeu o jogo de volta. Na ocasião, o clube do ABC teve o desfalque do artilheiro Túlio Maravilha, que acabou sendo expulso após celebrar o belíssimo gol que marcou em pleno Jayme Cintra.

O fato do goleador não estar presente em campo pouco importou. Afinal, o São Caetano, que foi à campo com Silvio Luiz, Japinha, Daniel, Dininho e César; Magrão, Claudecir, Leto e Esquerdinha; Zinho e Alex Rossi, fez o suficiente segurar o empate sem gols, conquistar o acesso à elite e também o título.