Com informações de Rodrigo Mattos / UOL Esporte
Foto: arquivo
Ednaldo Rodrigues foi afastado da presidência da CBF
A Fifa e a Conmebol mandaram uma carta para a CBF expressando preocupação com a decisão da Justiça Comum de destituir o presidente Ednaldo Rodrigues. No documento, a entidade e a Conmebol dizem que irão mandar representantes ao Brasil e pedem que a eleição na entidade aguarde até que essa visita seja concluída para uma análise da situação pelas entidades.
A Fifa e a Conmebol também entenderam como incorreta a nomeação do presidente do STJD, José Perdiz, como interventor da entidade, feita pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Na visão das entidades, o diretor mais velho da CBF, no caso Hélio Santos Menezes (diretor de compliance e governança), deveria ter assumido a gestão da entidade com a vacância de presidentes e vices, como manda o estatuto da CBF. Assim, a entidade afirma não reconhecer o interventor como representante da CBF, só Hélio Menezes.
O presidente em exercício da CBF, José Perdiz, elogiou a participação da FIfa no processo da eleição por meio de sua assessoria de imprensa: "É com satisfação e respeito que recebemos a carta da Fifa. Vejo como um sinal positivo termos a entidade acompanhando o processo eleitoral na CBF. Conforme determinação da Justiça brasileira, confirmada pelo STJ, vou convocar em 30 dias as eleições, dentro da transparência e da lisura exigidas". Não comentou, no entanto, o fato de a entidade não o reconhecer como interventor.
Há ameaça de sanção à confederação brasileira em caso de entendimento de que houve interferência de terceiros na gestão. A pena mais grave é a suspensão da CBF que impediria a seleção brasileira de participar de competições internacionais como as eliminatórias da Copa.
A carta é endereçada ao secretário-geral da CBF, Alcino Reis, que foi destituído por Perdiz do cargo. Agora, o secretário-geral é Caio Rocha, nomeado por ele. No documento, a Fifa e a Conmebol explicam que já receberam todos os documentos referentes ao processo jurídico relacionado à destituição de Ednaldo.
Em seguida, o documento afirma que: "Fifa e Conmebol gostariam de expressar sua preocupação com os últimos desenvolvimentos e educadamente lembrar aos órgãos envolvidos da CBF que o estatuto obriga que conduzam os seus assuntos de forma independente e sem influência de uma terceira parte".
Em seguida, a Fifa afirma que, se as medidas do tribunal de justiça constituírem uma interferência de terceiros, as duas entidades não terão "alternativa além de curso de ação além de aplicar as relevantes sanções na CBF".
No restante da carta, a Fifa diz para a eleição na CBF, marcada pela Justiça, não deve ocorrer antes de uma visita e de uma análise da situação pelas entidades.
"Em relação a isso, com o propósito de fazer uma auditoria no processo, a Fifa julga que a eleição não deve ser convocada ou ser realizada antes que delegações da Fifa e da Conmebol visitem o Brasil no próximo janeiro para examinar a situação e discutir o assunto com os respectivos órgãos envolvidos para reportar para os relevantes órgãos da Fifa e permitir que eles possam decidir o curso de ação a ser tomado a respeito do estatuto da CBF e a autonomia da associação."
A carta foi assinada pelo chefe de associações membros, Kenny Jean-Marie, e pela secretária-geral da Conmebol, Monserrat Jiménez Granda.
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