Há 60 anos, Santos batia o Milan e conquistava o bicampeonato mundial

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

O Santos bateu o Milan na final de 1963

Existem times de futebol que são quase como entidades sagradas do esporte bretão tamanha o nível de história que fizeram. Existem vários exemplos de clubes e seleções que entram nessa conta, como os casos do Brasil de 1970, a Holanda do Carrossel, o Ajax de Cruyff, o recente Barcelona de Guardiola. Uma dessas entidades do futebol foi o Santos de Pelé, que assombrou o planeta nos anos 1960. No dia 16 de novembro de 1963, o Alvinegro Praiano se sagrou bicampeão mundial, batendo o Milan no Maracanã. 

O Santos chegou para aquela competição vindo do início do apogeu do maior time de sua história (e do time que para muitos é o maior da história do esporte bretão). O Alvinegro Praiano fora campeão da Libertadores em 1962 diante do Peñarol e havia surrado o Benfica na decisão do Mundial do ano anterior. Em setembro daquele ano de 1963, derrotou o Boca na decisão da Libertadores e assim chegou a final diante do Milan.

O Rossonero por sua vez havia conquistado o título europeu pela primeira das sete vezes em que venceria ao longo de sua história. O time italiano tinha em sua equipe nomes como Trapattoni, Rivera, Altafini e os brasileiros Dino Sani e Amarildo. A equipe havia batido na decisão o Benfica, de Eusébio, que justamente havia perdido o mundial anterior para o Santos, em Londres. 

Naquela época, o Mundial era decidido com jogos de ida e volta que poderiam ainda gerar o terceiro jogo desempate, situação que ocorreria naquele torneio. Por sorteio, o segundo jogo foi no Brasil e o terceiro também seria. Na ida, em um San Siro lotado, o Rossonero venceu por 4 a 2, com Trapattoni, Amarildo e Mora marcando, enquanto Pelé fez os dois gols santistas. O Rei do Futebol, porém, não jogaria mais naquele ano devido as lesões que já enfrentava em 1963. 

No segundo jogo, diante de 130 mil presentes no Maracanã, o Milan não se intimidou e logo abriu 2 a 0, com Mazzolla e Mora. Na etapa final, o Peixe voltou mordendo e com gols de Pepe, Almir Pernambuquinho e Lima forçou o terceiro jogo ao bater o Milan pelo mesmo placar de 4 a 2. A final, então, acabaria ocorrendo no dia 16 de novembro, de novo no Maracanã, quase uma casa do Santos naqueles anos. 


Mais de 120 mil pessoas estiveram no Maracanã aquela noite e viram um jogo bastante disputado e travado entre santistas e milanistas. O Peixe sentia muito a ausência de Pelé, enquanto o Milan tinha suas ações travadas pela ótima atuação defensiva do Santos. O Peixe chegou a ficar com um a menos com a expulsão de Ismael, mas antes disso conseguiu abrir o placar ainda no primeiro tempo, num pênalti convertido pelo zagueiro Dalmo. Aquele seria o gol do título santista. O segundo e último do mundial. 

Até hoje há histórias sobre supostas situações envolvendo suborno de arbitragem ou de que jogadores do Santos jogaram dopados a decisão, mas nada foi comprovado. O Peixe voltaria a ganhar um título continental apenas em 2011, quando foi goleado pelo Barcelona na final do já novo Mundial de Clubes da FIFA. O Milan, por sua vez, venceria outras seis vezes a Liga dos Campeões e tem quatro títulos mundiais, mas sequer chega perto de vencer uma Liga dos Campeões desde 2007.  
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