Foto: Getty Images
O Boca deu mais um título inédito a um adversário
Muita gente, inclusive este que vos escreve considera o Boca Juniors como o maior clube de futebol da América do Sul. Os argumentos para tal fato não são poucos, já que o time argentino possuí uma vasta galera de títulos internacionais e nacionais, sendo o segundo maior campeão da Libertadores e ainda conquistando outras taças internacionais ao longo de sua gloriosa trajetória. Os Xeneizes, porém, possuem uma curiosa sina em seus vices da Libertadores: serem os que acabam consagrando campeões inéditas, fato que ocorreu em quatro oportunidades: 1979, 2004, 2012 e neste 2023.
O próprio Boca demorou algum tempo para ganhar seu primeiro troféu da Libertadores. O título dos azul e amarelos veio apenas no ano de 1977, quando o Independiente já tinha seis e o Estudiantes de La Plata, que nunca foi um dos grandes do país, tinha três títulos. Desde então, foram outras 11 finais em que os Xeneizes chegaram e das seis que perderam, quatro, como a do último fim de semana diante do Fluminense, foram para campeões inéditos.
Essa curiosa sina do Boca começa há muitos e muitos anos atrás, quando o time azul e amarelo tinha apenas dois títulos continentais, mas quando a equipe vinha de dois títulos em sequência nos anos de 1977 e 1978. Na época, o Boca caiu primeiro numa chave com Independiente e Peñarol, já direto na fase final da competição e passou para enfrentar o Olimpia na final. Lá, acabou derrotado pelos Decanos por 2 a 0 no Paraguai na ida e o empate na volta garantiu o título alvinegro.
A partir daí, o Boca entrou num período estranho. Apesar de Maradona, os anos 1980 não foram um grande momento dos Xeneizes que sequer chegaram perto do título continental e a equipe só foi voltar a conquistar a América em 2000, numa final que no mínimo foi bastante polêmica diante do Palmeiras, que muito reclamou da arbitragem de Ubaldo Aquino. Aquele momento, com Bianchi, foi a maior era da história azul e amarela.
O Boca então emplacou uma sequência boa, sendo bicampeão em 2001 e ganhando outros títulos em 2003 e 2007. Entre estes títulos, a equipe Xeneize chegou de novo na final em 2004, diante de um Once Caldas que pouco criava expectativa de resistência, mas já havia eliminado Santos e São Paulo. O placar na Bombonera ficou em zero e na Colômbia, o Once Caldas até saiu na frente, mas Burdisso empatou. Nos pênaltis, porém, o time colombiano venceu por, veja só, 2 a 0, graças a uma atuação heroica de Henao. Era a segunda vez que o Boca premiava um campeão inédito.
O Boca então emplacou uma sequência boa, sendo bicampeão em 2001 e ganhando outros títulos em 2003 e 2007. Entre estes títulos, a equipe Xeneize chegou de novo na final em 2004, diante de um Once Caldas que pouco criava expectativa de resistência, mas já havia eliminado Santos e São Paulo. O placar na Bombonera ficou em zero e na Colômbia, o Once Caldas até saiu na frente, mas Burdisso empatou. Nos pênaltis, porém, o time colombiano venceu por, veja só, 2 a 0, graças a uma atuação heroica de Henao. Era a segunda vez que o Boca premiava um campeão inédito.
Depois de 2007, a realidade é que tanto fatores econômicos como administrativos derrubaram o império Xeneize na América do Sul. A equipe até chegou bem em 2008, mas sucumbiu diante do Fluminense nas semifinais sem mostrar ao longo do confronto que seria páreo, já que o 3 a 1 do Maracanã ficou barato pelo que jogou o Flu. Foram alguns anos fora da Libertadores e algumas campanhas ruins até o ano de 2012.
Em 2012, quase como num grande acaso, o Boca chegou novamente a decisão contra o Corinthians. Passou na primeira fase jogando até bem diante do grupo que tinha o ótimo time do Fluminense, além do Arsenal de Sarandí e o Zamora, da Venezuela, eliminou o Unión Espanhola, sabe-se lá como o próprio Flu, que jogou melhor em ambos os jogos e a Universidad Católica de Sampaoli, que parecia ser muito mais time. Diante de um Corinthians sonhador, com um time de fato muito superior aos argentinos, sucumbiu até fazendo jogo duro em Buenos Aires, mas sem sequer assustar no Pacaembu e perder por 2 a 0.
Passaram-se muitos anos e um doloroso vice para o River Plate em 2018 até chegarmos na Libertadores deste ano, onde mais até do que em 2012, os Xeneizes foram avançado sabe-se lá como, passando por todos os mata-matas nos pênaltis, diante de Nacional, Racing e do Palmeiras, que era muito favorito diante dos argentinos. Na final, acabou sendo o coadjuvante de outro campeão inédito, já que o Fluminense de Fernando Diniz vingou 2012, venceu por 2 a 1 e saiu do Maracanã com a taça.
O Boca segue há 16 anos, que chegarão a 17, sem um título de Libertadores. Toda uma geração segue sem ter o real conhecimento do pesadelo que foi um dia o time Xeneize. Agora, restará ao gigante azul e amarelo torcer para que na próxima decisão não encontre um time sem títulos de Libertadores, já que se isso ocorrer, a exceção do Cruz Azul em 2001, geralmente a taça fica com o campeão inédito.
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