Foto: arquivo
Paulo Amaral nasceu há 100 anos
Um dos principais nomes das comissões técnicas brasileiras nas Copas de 1958 e 1962, ambas vitoriosas, o saudoso preparador físico e treinador Paulo Amaral nascia há exatos 100 anos. Infelizmente ele nos deixou em 1º de maio de 2008, aos 84 anos, e já estava aposentado.
O ‘Sargento de Ferro’ trabalhou na temida Polícia Especial do Presidente da República Getúlio Vargas. Paulo Amaral e Mário Vianna, ‘com 2 enes’, aquele que tão bem representou a arbitragem brasileira nos Mundiais de 1950 e 1954, patrulhavam o Rio de Janeiro, então Capital Federal do país, com suas possantes Harley-Davidson, sempre em dupla. Cabeças raspadas à navalha, fato raro na época, usavam boinas vermelhas. Eram famosos, mas também temidos, principalmente quando rondavam pela Lapa.
Paulo Amaral tinha 36 anos quando a Seleção Brasileira, já tendo conquistado a Copa na Suécia, enfrentou o Uruguai, no Estádio Monumental de Nuñez, pelo Sul-Americano de 1959. Nesse jogo estourou um dos maiores conflitos da história do futebol. Brigaram jogadores, reservas e comissões técnicas. Almir Pernambuquinho, que substituía Vavá, chocou-se com o goleiro adversário e foi agredido pelo zagueiro Martinez.
Nisso, revidou no ato. Pelé tomou as dores e o zagueiro Orlando Peçanha entrou na confusão. Didi apareceu, acredite, dando voadoras. A polícia, preocupada em impedir a invasão dos torcedores argentinos, deu as costas para a batalha campal. Surgiu, então, o imponente Paulo Amaral, derrubando um a um que lhe aparecesse à frente com socos. Até os brasileiros se assustaram. Paulo Amaral, Didi e Paulo Valentim, foram os que mais bateram e apanharam. No reinício do jogo, o Brasil venceu por 3 a 1: três gols de Paulo Valentim.
Paulo nasceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de outubro de 1923 e foi considerado um pioneiro na profissão, já que exerceu o papel de primeiro preparador físico específico da nossa seleção, no próprio Mundial da Suécia. Também trabalhou no Mundial de 1962, no Chile, onde o Brasil conquistou o bicampeonato, e de 1966, na Inglaterra.
Depois, Paulo Amaral chegou a trabalhar como técnico profissional. Passou pelo Bahia, Botafogo e Corinthians, no Brasil, por Juventus e Genoa, na Itália, e por Porto, em Portugal. Segundo informações do "Almanaque do Corinthians", de Celso Unzelte, Paulo Amaral dirigiu a equipe alvinegra em 28 jogos (16 vitórias, quatro empates e oito derrotas), em 1964. Saiu do Parque São Jorge porque o convite do Genoa foi tentador.
O velório de Paulo Amaral, em 2008, aconteceu no Cemitério do Caju, no Rio, mesmo lugar onde o corpo do famoso preparador físico foi sepultado. Uma bandeira do Botafogo foi colocada sobre o caixão do inesquecível preparador físico.
"Nunca sofri uma distensão muscular nos tempos de Botafogo. Era um excelente profissional. O nome do Paulo Amaral ficará sempre marcado na história do futebol brasileiro", conta o ex-craque Amarildo, que trabalhou com Paulo Amaral na década de 60.
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