Com informações da Agência Futebol Interior
Foto: Diogo Almeida/Ponte Preta
O Majestoso completa 75 anos
Conhecer e valorizar a própria história é fundamental, ainda mais em se tratando de um time de futebol que tem tantos feitos a se enaltecer. Nesta terça-feira, 12 de setembro, a Ponte Preta comemora 75 anos da construção de seu estádio, o Moisés Lucarelli, carinhosamente chamado de “Majestoso“.
A Ponte Preta é o primeiro fundado no Brasil como tal e em funcionamento ininterrupto desde a fundação, a primeira democracia racial no esporte (com integrantes afro brasileiros tanto dentro quanto fora do campo desde 1900). E o único cujo estádio foi construído com a participação direta da própria torcida.
Para comemorar o Jubileu de Diamante, a Ponte Preta preparou diversas “reformas”. Uma delas foi a revitalização da histórica fachada do estádio. Vale lembrar que a fachada do estádio foi tombada como patrimônio cultural da cidade de Campinas, pela Condepacc.
História - A história, porém, começou antes disso, quando os amigos Olímpio Dias Porto, José Cantúsio e Moyses Lucarelli (a grafia da época era com y e não com i) reuniram dinheiro para comprar um terreno onde sonhavam construir um grande estádio para seu time.
A obra foi erguida na antiga chácara Maranhão, no bairro Ponte Preta. No local existia apenas uma casinha simples, localizada exatamente onde foi determinado o centro do gramado.
O material de construção foi conseguido junto a amigos, empresários (uma curiosidade: apesar de amplamente difundida, a história de que a maioria destes empresários era paulistana não passa de uma lenda) e da famosa “Campanha do Tijolo”, que teve início após a terraplanagem.
A campanha movimentou Campinas por quatro anos: durante a semana os caminhões da Companhia Vieira estacionavam na rua Barão de Jaguará para receber doações de material e nos finais de semana a torcida – e até jogadores, como Bruninho – trabalhavam em mutirão na construção do estádio.
A Pedra Fundamental do estádio foi lançada em 13 de agosto de 1944. Os engenheiros responsáveis pelo projeto foram Alberto Jordano Ribeiro, Eduardo Badaró e Mário Ferraris. No dia 7 de setembro de 1948 foi realizada a inauguração parcial do Majestoso em missa campal, e, no dia 12 de setembro, a inauguração oficial do Estádio que recebeu o nome do patrono Moisés Lucarelli.
Por sinal, Lucarelli era modesto e não queria ver seu nome no estádio: a diretoria aproveitou uma viagem do patrono à Argentina para colocar o nome dele, grafado com “i” em vez de “y”, na fachada do Estádio – hoje tombada pelo Patrimônio Público (em 16 de junho de 2011, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas – Condepacc aprovou o tombamento do bloco da fachada entre as torres do Majestoso, decisão apoiada e aplaudida pela Ponte Preta).
Apelido - O apelido do estádio foi dado pelo jornalista Fernando Pannattoni. Na década de 40, quando a obra foi iniciada, Campinas tinha 140 mil habitantes e o estádio previa um local para abrigar 30 mil. A ousadia do projeto levou o jornalista, que publicava a sessão “Campinas Esportiva” no jornal Gazeta Esportiva, a se referir ao estádio como um empreendimento “majestoso”.
Foi ali, nas arquibancadas do Majestoso, que a torcida pontepretana viveu grandes conquistas, comemorou inúmeras vitórias em dérbis e apoiou o time quando ele mais precisou. Nos remotos anos 70, as arquibancadas do estádio chegaram a abrigar mais de 33 mil pessoas em uma partida contra o Santos, em um espaço onde hoje são permitidos 19,2 mil.
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