Beckenbauer - O maior jogador da história do Bayern de Munique

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Beckenbauer é o maior jogador da história do Bayern

Ídolo eterno do Bayern de Munique e um dos maiores jogadores da história do futebol alemão, Franz Anton Albert Beckenbauer, ex-jogador renomado popularmente conhecido apenas como Franz Beckenbauer, está celebrando o seu 78º aniversário nesta segunda-feira, dia 11 de setembro de 2023. No decorrer de sua carreira de atleta, a lenda germânica fez história no atual undecacampeão consecutivo da Bundesliga, entre os Anos 60 e 70.

Natural de Munique, Franz cresceu no bairro de Giesing, na fortaleza do Munique 1860, clube pelo qual passou a torcer. Entretanto, perdeu o seu encanto com a equipe depois de enfrentá-la defendendo um outro time num torneio da categoria sub-14 e acabar sendo agredido por um jogador adversário. Com isso, preferiu se transferir para o time juvenil do Bayern de Munique, com apenas 14 anos de idade.

Quando criança, Beckenbauer também tinha o costume jogar tênis, e acabou se tornando amigo Sepp Maier, que também praticava o esporte. Após muita relutância de Franz, Maier foi persuadido a também virar jogador futebol porque era "mais fácil", e até indicou que seu parceiro fosse goleiro. Convencer Sepp, que também veio a jogar profissionalmente no Bayern, foi até fácil para quem já havia batido de frente com o próprio pai, que, aposentado por conta dos ferimentos que sofreu na Segunda Guerra Mundial, não era adepto a ideia de que o futuro Kaiser usasse o único par de sapatos que tinha para jogar bola.

Com 18 anos, Beckenbauer quase abandonou a carreira de jogador por ter se recusado a se casar em 1963, quando a federação alemã suspendeu-o depois que sua namorada, grávida, com quem Franz não queria manter união estável, prestar queixa. O jovem só pode voltar a treinar depois que Dettmar Cramer interviu, e em alguns meses depois, pôde estrear pelo Bayern de Munique, num jogo diante do Stuttgarter Kickers.

Na época em que Beckenbauer e Maier foram promovidos ao time principal em 65, o Munique 1860, rival direto dos bávaros, vivia o melhor momento da sua história: havia sido vice-campeão da Recopa Europeia recentemente e conquistado a Copa da Alemanha em 1964, pela segunda vez. Por outro lado, o Bayern tinha como principais títulos a copa alemã de 59, um longínquo Campeonato Alemão lá em 1932e havia acabou de subir para a elite. O também bávaro Nuremberg, ocupava o status de maior vencedor, com então sete títulos do campeonato. Naquele momento, Franz encontrou Gerd Müller.

No seu primeiro ano atuando como profissional, Beckenbauer teve de acompanhar o rival 1860 vencer a Bundesliga e empatar o número de conquistas do seu time, que ainda ainda não tinha expressão no cenário internacional. Apesar do Bayern ter ficado em terceiro no campeonato, a com três pontos a menos que o campeão, conquistou a Copa da Alemanha pela equipe vermelha de Munique. Sua grande performance o levou à Seleção Alemã-Ocidental, que o convocou para a Copa do Mundo FIFA de 1966, ao final da temporada 1965/66. Junto com ele, Maier foi levado como terceiro goleiro, mas Beckenbauer já seria titular.

Os dois amigos retornaram da Inglaterra tendo sido vice-campeões para os próprios ingleses, algo que pareceu ter sido positivo para a carreira dos jogadores e também para o clube. Na temporada seguinte, Franz e Maier ganharam com o Bayern o mesmo título que rival havia perdido em um passado recente: a Recopa Europeia, que acabou sendo o primeiro troféu internacional do clube. A taça veio com um triunfo pelo placar magro de 1 a 0 na prorrogação em cima do Rangers da Escócia. Futuramente, os Roten também se sagraram bicampeões da Copa da Alemanha.

Ainda antes de se tornar Kaiser, o habilidoso meia de futebol vigoroso, de grande liderança, que dava passes precisos tanto de curta quanto de longa distância e capaz de executar desarmes perfeitos sem cometer faltas, recebeu o apelido de "brasileiro da Alemanha". Além disso, o atleta também tinha como características a elegância, seu porte ereto, suas passadas larga, a cabeça erguida e a sua excelente visão de jogo.

Na temporada de 1968/69, o Bayern ganhou a Bundesliga e voltou a vencer um campeonato nacional que já não vinha desde 32. Esta conquista conseguiu apagar a decepção que a Alemanha Ocidental proporcionou país aos ser desclassificada nas Eliminatórias da Eurocopa 68 ao não sair do empate com a Albânia.

Depois do título, Beckenbauer firmou sua vaga na Seleção, juntamente com Maier e Müller. Com o tempo, o Bayern conseguiu se desvencilhar da rivalidade com o 1860 e formou uma com o tradicional Borussia Mönchengladbach, que ganhou as duas Bundesligas seguintes com o time bávaro sendo o vice. O time da Bavária respondeu com um tricampeonato nacional seguido iniciado em 1971. O outro tricampeonato consecutivo aconteceu em 1974, 1975 e 1976, no torneio de clubes mais importante do cenário europeu, a Liga dos Campeões, título que nenhum clube alemão havia vencido até então. Na ocasião, o clube Bayern de Munique repetiu o feito do Ajax de Johan Cruijff. A conquista de 76 o levou a levar a sua segunda Bola de Ouro, quatro anos depois da primeira, recebida em 72.


A primeira final foi a mais emocionante: o Atlético de Madrid abriu vantagem faltando seis minutos para o fim da prorrogação, mas nos últimos segundo, o lateral Hans-Georg Schwarzenbeck igualou o marcador e forçou um jogo-extra. Os alemães acabaram fazendo os espanhóis se tornarem presa fácil e aplicar uma goleada por 4 a 0 poucas semanas antes do início Copa do Mundo FIFA de 1974. No Mundial, o Bayern foi base da Seleção, tendo sete jogadores dos 11 titulares na grande decisão.

As outras duas conquistas continentais, contra o Leeds United e o Saint-Étienne, aconteceram quando o time vinha perdendo espaço na Bundesliga. Neste período, o Mönchengladbach aproveitou e igualou o tricampeonato nacional seguido. Quando tinha 33 anos, líder do Bayern desde de que tinha 22, Franz optou por aceitar a proposta do New York Cosmos, que contratou também outras estrelas internacionais, como o italiano Giorgio Chinaglia e o renomado Carlos Alberto Torres.

Encerrou a sua trajetória no time bávaro como um dos grandes responsáveis por mudar o status do clube, que veio a se tornar maior time do futebol alemão. Ajudou a ofuscar a rivalidade com Munique 1860 e ainda despertou outras por outros cantos do país.
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