Fabinho, Liverpool e Al-Ittihad estão protagonizando uma das histórias mais pitorescas do futebol

Por Lucas Paes
Foto: Reprodução

Fabinho é considerado ´´idolo do Liverpool

A Arábia Saudita está protagonizando uma verdadeira revolução no futebol ao levar diversos jogadores protagonistas no futebol europeu para a liga local. Desde nomes mais velhos e talvez sem muito mercado como Firmino até caras conhecidos como Mahrez e Kanté. Um dos jogadores transferidos, ou que pelo menos está negociado, é o volante Fabinho, referência da meiuca do Liverpool. Pois as diferenças culturais e as curiosas proibições do governo saudita estão causando uma situação pitoresca digna de filme dos trapalhões entre Liverpool, Al-Itihad e Fabinho. 

A transferência causou certa surpresa nos torcedores vermelhos, já que ele é um dos grandes jogadores do time de Klopp, que a exemplo do resto do time foi muito mal na última temporada. Fabinho era porém considerado um pilar da reconstrução da meia cancha de Klopp, que começou com as chegadas de McAllister e Szosbolai. A proposta, porém, era boa financeiramente para os dois lados, mas pode travar por um motivo muito torpe que esbarra nas proibições malucas da Arábia Saudita.

O país asiático está longe de ser um exemplo de democracia. Na verdade, recaem sobre o governo saudita diversas acusações de violações a direitos humanos e inclusive seu governo é conhecido por perseguir opositores e por proibir a pratica de qualquer religião além do Islã em seu território. Entre algumas das leis meio pitorescas está simplesmente uma proibição total a criação e a entrada da raça buldogue dentro do pais, sob a citação de que tal veto objetiva proteger os cidadãos árabes de possíveis fermimentos.

Fabinho possuí dois buldogues que são de certa forma um xodó de sua família e a negociação entre Liverpool e Al Ittihad acabou travando por esse motivo. O volante reforçaria a equipe que agora tem Kanté, Benzema e curiosamente também os brasileiros Marcelo Grohe (ídolo do Grêmio) e Romarinho, figura histórica do Corinthians. Mas, tanto o volante quanto a sua família estão tentando decidir o que fazer com os cachorros que não poderão ir a Arábia. 

Essa pitoresca história deveria servir de exemplo para diversos outros atletas que estão se transferindo a Arábia Saudita. Sem entrar no mérito da óbvia questão do "sportwashing", o fato daquele ser um país culturalmente diferente deveria servir de alerta para qualquer atleta que cogite se transferir para o local. É estranho ver nomes como Firmino, que é figura famosa dos "Atletas de Cristo" irem a um país que criminaliza a religião cristã. 

Restará agora ver qual será o final dessa história digna de filme de comédia envolvendo o atleta do Liverpool, que talvez fique mesmo em Anfield ou mesmo vá a outro time europeu. Aos árabes, se é que interessa, serve a lição de que algumas proibições não fazem o menor sentido sob qualquer ótica que se observe.