Com informações da CBF
Foto: arquivo
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Coutinho foi ídolo do Peixe
“Coto de gente”. Um apelido carinhoso dado pela mãe, que jamais imaginaria o tamanho que seu pequeno alcançaria no futuro, pegou de vez. Antônio Wilson Honório, o Coutinho, foi um dos gigantes do futebol brasileiro. Ídolo do Santos, ele completaria 80 anos neste dia 11 de junho.
A ascensão do atacante foi tão rápida quanto sua velocidade em campo: aos 14 anos estreou pelo Peixe, aos 15 virou titular, aos 16 começou sua dupla histórica com Pelé, aos 18 foi convocado para a Seleção Brasileira, e, aos 19 se tornou campeão da Libertadores e Mundial.
Sua inteligência foi celebrada até pelo Rei do Futebol. Juntos, dentre outros títulos, conquistaram cinco Brasileiros, quatro Copas Rio-São Paulo, duas Libertadores e seis Campeonatos Paulistas pelo Peixe. “Coto” foi responsável por 368 gols em 457 partidas com a camisa santista.
“Ele era muito mais calmo do que eu. Sabia quando se deslocar, quando tocar na bola e quando chutar. Nunca fez um lance errado. Às vezes eu pensava em uma jogada e, sem que lhe dissesse nada, ele a executava”, disse Pelé.
Pelo Brasil, foram 16 jogos e sete gols. Titular da Seleção antes da Copa de 1962, com apenas 18 anos, Coutinho foi inscrito com a camisa 9. Duas semanas antes, se lesionou e acabou não conseguindo atuar na competição, mas esteve no grupo campeão do mundo.
Conhecido como "Rei da Pequena Área", o atacante dividiu com sua histórica dupla, Pelé, o protagonismo no reinado da Vila Belmiro. A semelhança era tão grande que os dois eram confundidos. Para se diferenciar, o camisa 9 arriou as meias e colocou uma faixa branca no braço. Em suas entrevistas, reforçava sempre a inteligência de seu companheiro.
"Éramos dois jogadores inteligentes. Não se joga bola só com as pernas, mas com a cabeça. As pernas são só para completar uma jogada que você já raciocinou. Todos os gols feitos por Pelé e Coutinho foram criados com inteligência", relatou em entrevista ao site oficial do Santos.
Uma lenda dentro dos campos. Fora deles, Antônio. Pai de três filhos, avô, companheiro... não há quem tenha críticas a qualquer uma das várias funções exercidas por Coutinho. "Construímos muitas coisas juntos, mas a nossa família foi nossa maior conquista. Tenho orgulho de tudo que vivemos em 55 anos de casados... Que ele possa receber meus parabéns em forma de oração", lembra Vera Lúcia, ex-esposa do jogador.
As palavras de Rosângela Cleiry e Amanda Paola, filhas de Coutinho, ajudam a entender o amor da família pelo pai. "Coutinho para muitos. Para nós, é apenas nosso pai. Foi o melhor que poderíamos ter tido, em quantas vidas tivéssemos. Ele faz muita falta para todos nós. Os dias sem ele são tristes. Hoje seria especial, com festa e pagode, porque ele sempre gostou disso. Mas tenho certeza que fará uma festa onde estiver", contam.
Os 75 anos vividos foram suficientes para marcar história em qualquer pessoa que tivesse contato com Antônio - ou Coutinho. Samba, alegria, cerveja, família... os céus comemoram. Antes da festa, porém, é a hora da nove e da dez se encontrarem novamente. Após tanto tempo, a tabela inteligente será reeditada. Desta vez, sem restrições, lesões e nada para atrapalhar. Celebrem sempre os Reis da Vila.
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