Por Victor de Andrade
Foto: reprodução TV Tribuna
A Briosa de 2003 fez uma bela campanha no Paulistão
Em 26 de janeiro de 2003, há exatos 20 anos, a Portuguesa Santista estreava no Campeonato Paulista da Série A1 daquele ano, contra o Juventus na Rua Javari. O poucos esperavam era que aquela vitória por 2 a 1 sobre o Moleque Travesso iniciaria uma das campanhas mais sensacionais da Briosa na história do estadual, que terminou com uma terceira colocação, após uma primeira fase avassaladora.
Mas tudo isto começou em 2002. Após um início péssimo no Paulistão daquele ano, que não teve os grandes, quase sempre segurando a lanterna e com diversas trocas de treinador, Pepe assumiu a equipe, trouxe seu filho Pepinho Macia como auxiliar, embalou uma recuperação, deixou a última colocação e conseguiu livrar a equipe do rebaixamento no rebolo contra a Francana, vice da A2 daquele ano, em uma disputa de penalidades.
Em uma decisão acertada da diretoria na época, vendo a evolução que o time teve, a comissão técnica foi mantida e os trabalhos para 2003 já se iniciaram. Alguns jogadores, como lateral-direito Vandir e o volante Adriano, foram mantidos, e alguns jovens promissores foram sendo achados no mercado, como o meia Souza e o atacante Rico. Além disso, com conhecimento, Pepe foi atrás de jogadores experientes, como o goleiro Maurício, o zagueiro Zambiasi e o atacante Dinei. Assim, a equipe foi montada e partiu para a estreia, contra o Juventus, na Rua Javari, em 26 de janeiro de 2003.
Enfrentar o Moleque Travesso na casa deles nunca é fácil, mas o jogo até começou equilibrado, com as duas equipes se estudando. Porém, com o passar dos minutos, a Portuguesa Santista começou a mostrar o porque daria trabalho naquela competição e aos 31'. Souza deu um longo lançamento para Elizeu, que de cabeça serviu Rico. O arisco atacante invadiu a área, deu um belo corte no zagueiro juventino e bateu forte: 1 a 0 para a Briosa, e assim terminou o primeiro tempo.
O gol deu mais ânimo à Briosa, que continuou em cima do adversário. O segundo gol saiu na etapa complementar, mais precisamente aos 17 minutos. Em outro lançamento de Souza, o volante Adriano dominou a bola entrando na área e acertou uma bomba, explodindo as redes do Estádio Conde Rodolfo Crespi: 2 a 0 para a Portuguesa Santista.
Os gols do jogo com imagens do SBT
Depois de sofrer dois gols, o Juventus acordou e foi para cima tentando reverter o marcador. Aos 36 minutos, após cobrança de escanteio pela direita e desvio no "primeiro pau", a defesa do time Rubro Verde marcou bobeira e Edílson, sozinho na pequena área, diminuiu o marcador.
Os últimos instantes da partida foram nervosos, porque o Moleque Travesso foi com tudo em busca do empate. Em um dos lances, o experiente atacante Dinei, no único jogo em que ele entrou em toda a campanha, tirou a bola em cima da linha quando ajudava a defesa. Esta ação do ex-corintiano, que foi para a Briosa em consideração a Pepe, que tinha lhe dado a oportunidade de voltar a jogar após a suspensão por doping, em 1996, garantiu aquele que foi a primeira vitória da Portuguesa Santista na competição.
Depois, a Briosa brilharia com excelentes resultados: 6 a 0 na Inter de Limeira, 1 a 1 com o São Paulo, no Morumbi, em jogo em que a Portuguesa Santista foi prejudicada pela arbitragem, 2 a 0 sobre o Santos, debaixo de forte chuva no Estádio Ulrico Mursa, 1 a 0 sobre o Santo André, fora de casa, e encerrou a primeira fase batendo o Paulista de Jundiaí, em casa, por 3 a 0. Com estes resultados, o time rubro verde ia para o mata-mata como primeiro colocado do Grupo 2 e com a segunda campanha geral, só atrás do São Caetano, que havia vencido todos os jogos.
Por ter ficado entre os primeiros, a Briosa fez o jogo das quartas-de-final, contra o Guarani, no Estádio Ulrico Mursa e com direito ao empate. Foi um jogo difícil, onde o Bugre, precisando vencer, foi para cima desde os primeiros minutos e Esquerdinha, no segundo tempo, acertou uma bola na quina da trave. O goleiro Maurício, nesta partida, foi fundamental e 0 a 0 colocou a Portuguesa Santista na semifinal.
No meio de Palmeiras, Corinthians e São Paulo, a Briosa se entrometia entre os grandes e, olha só, tinha a melhor campanha entre eles. Porém, na semifinal, contra o Tricolor, a situação desandou. A Portuguesa Santista foi goleada no Morumbi, por 5 a 0, o que praticamente deixou o time de fora da final. A derrota no jogo de volta, na Vila Belmiro, por 1 a 0, acabou sacramentando a eliminação.
Porém, mesmo com a queda, a Portuguesa Santista ficou com o terceiro lugar na competição, igualando aos anos de 1936, 1937 e 1938, que eram as melhores campanhas da história do clube no Paulistão. Rico foi o vice-artilheiro do certame, com sete gols, um a menos do que Luís Fabiano, que teve oito.
O posto também deu vaga à Briosa na Copa do Brasil do ano seguinte, quando foi eliminada pelo gaúcho 15 de Campo Bom (que foi semifinalista) pelo gol fora de casa após dois empates (1 a 1 e 2 a 2). No Paulistão 2004, fez boa campanha, venceu o Corinthians, quase rebaixando o Timão, e só caiu nas quartas, para o Palmeiras.
Se aquele time que mesclava a experiência de Maurício, Zambiasi com a juventude de Souza, Rico, Adriano, entre outros, não conseguiu o tão sonhado título para a Portuguesa Santista, teve o feito de ficar gravado na memória do torcedor, que sempre lembra os feitos daquela equipe, que fez a Briosa sonhar de verdade em ser campeã paulista.
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