Goleiro do Doce Mel é alvo de injúria racial durante jogo contra o Vitória, no Barradão

Com informações do GE.com
Foto: Gabrielle Gomes

Rodolfo foi vítima de injúria racial

O goleiro do Doce Mel, Rodolfo, foi vítima de injúria racial proferida por um torcedor do Vitória durante o duelo entre as duas equipes, na noite desta quinta-feira, no Barradão, pelo Campeonato Baiano. Alvo de xingamentos dos torcedores durante boa parte do jogo, Rodolfo foi chamado de “macaco” por um rubro-negro. O Vitória emitiu uma nota de repúdio nesta sexta-feira e disse trabalhar para identificar o criminoso.

Na manhã desta sexta-feira, o Vitória emitiu um comunicado para repudiar o ato. O clube disse trabalhar para identificar o criminoso. "Esse ato não representa nosso clube e muito menos a nossa torcida, que é a torcida mais negra do Brasil. O clube já está trabalhando para identificar o criminoso e não medirá esforços para isso. Estaremos à disposição das autoridades responsáveis para cooperar na resolução do caso", diz o Vitória.

Horas também, o Doce Mel, clube de Rodolfo, também emitiu um comunicado para repudiar o crime cometido durante a partida. "Manifestamos ampla e irrestrita solidariedade ao nosso goleiro Rodolfo, vítima de xingamentos e ofensas racistas, proferidas por torcedores do Vitória Esporte Clube, durante a partida de ontem (26/1), no estádio Barradão em Salvador. (...) Aos autores do crime, do todo nosso repúdio e indignação. Que eles sejam alcançados pelo artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que enquadra a prática de ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

Mudança na lei - No começo deste ano, o presidente Lula sancionou uma lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo. Com a nova lei, punição para a injúria passa a ser prisão de 2 a 5 anos. Ainda, segundo a proposta, o crime de racismo realizado dentro dos estádios terá também pena de dois a cinco anos. Isso valerá no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais. O texto proíbe ainda a pessoa que cometer o crime em estádios ou teatros, por exemplo, de frequentar por três anos este tipo de local.

Em entrevista que foi ao ar no Globo Esporte da última terça-feira, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, disse que devem ser adotadas medidas mais duras nesses casos.


"A gente sabe que isso não vai acabar se não for com medidas bem eficazes. Apenas a questão de uma multa, que depois paga e acabou, e na semana que vem, novamente, tem o mesmo problema, eu acho que quando pune, provando realmente que aconteceu naquele estádio, que o torcedor é daquele clube, eu acho sim que tem que tirar pontos e tem que tirar também mando de campo", afirmou Ednaldo Rodrigues.

Assim como o Vitória, a Federação Bahiana de Futebol (FBF) também se posicionou sobre o assunto. A entidade disse esperar uma punição para o autor do crime. "A FBF, na qualidade de responsável pela gestão do Futebol Baiano, vem a público repudiar veementemente os atos racistas sofridos pelo goleiro Rodolfo da equipe do Doce Mel, na noite de ontem, durante a partida contra o Vitória, válida pela 4ª rodada do Baianão 2023. A intolerância, o racismo e a discriminação não fazem parte do esporte e devem ser extintas da sociedade. Espera a FBF que os autores sejam identificados e punidos, sendo que não medirá esforços na colaboração para a identificação do(s) culpado(s). Atos como estes não são aceitos no mundo e, principalmente, em nosso Estado".
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