Chicão: um dos maiores volantes da história do São Paulo

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

Chicão foi um dos maiores volantes da história do Tricolor Paulista

Um dos maiores volantes da história do São Paulo, se não o maior, completaria 74 anos neste 30 de janeiro de 2023, se estivesse vivo. Francisco Jesuíno Avanzi, ou mais conhecido como Chicão, nasceu em Piracicaba, no dia 30 de janeiro de 1949, e por causa de um câncer nos deixou em 8 de outubro de 2008.

O jogador que não tinha medo de cara feia e intimidava todos no meio campo, fez uma linda história no futebol brasileiro. Tudo começou em 1968, quando ele iniciou sua carreira atuando no XV de Piracicaba, no mesmo ano foi para o União Agrícola Barbarense, mas retornou na temporada seguinte para o XV.

Após esse bate e volta, o jogador ficou por dois anos no XV, até se transferir para o São Bento e logo depois ir para a Ponte Preta, que era uma grande vitrine para os grandes times do futebol paulista. Na Macaca, o volante jogou muito bem e se destacou, chamando a atenção de alguns clubes.

O jogador que já era conhecido por alguns dirigentes do São Paulo, pois em 1968 fez uma peneira no clube e passou, mas acabou ingressando no XV, chegou para ser titular na equipe, depois de um mês de negociação, porque o Palmeiras também o queria e fez um grande esforço.

Chicão não se destaca pela técnica, mas sim pela sua vontade dentro de campo, ele corria para que os craques do time pudessem jogar mais à vontade. Ele era o cara que carregava o piano, para os maestros o tocassem, e fazia isso com muita maestria.

Em 1974 chegou na final da Libertadores, mas acabou ficando com o vice-campeonato, após perder para o Independiente e o jogador classificou essa final como a maior decepção da sua vida. A sua garra fazia da torcida tricolor o amar, sendo considerado ídolo do clube mesmo com tão pouco tempo.

Em 1975 veio o primeiro título no clube e em sua carreira, quando foi campeão do Campeonato Paulista. A sua garra era fantástica e sempre mantinha um desempenho altíssimo, ajudando muito o tricolor nas vitórias e nas derrotas era um líder, o cara que não tinha medo de aparecer em má fase.

Em 1976 teve a sua primeira convocação para a seleção brasileira, em um amistoso contra o Uruguaio. Chicão entrou no segundo tempo e ganhou a vaga de titular da equipe para os próximos jogos, se mantendo no ciclo para a próxima Copa do Mundo, que aconteceria na Argentina.

O jogador mantinha seu grande desempenho, mostrando o motivo das suas convocações e da idolatria. Em 1977 teve o seu auge na equipe tricolor, quando ajudou a equipe a conquistar o seu primeiro Campeonato Brasileiro. Nesse ano ele foi cogitado no Corinthians, mas acabou ficando no São Paulo, e teve um final feliz.

Chicão foi considerado o melhor jogador da final contra o Atlético Mineiro, ajudando muito dentro de campo. O jogador foi acusado de ter lesionado, propositalmente, o atleta ngelo, que recebeu um carrinho de Neca e no chão recebeu um pisão do volante. Depois desse momento, ele ficou sendo odiado pela torcida mineira.

Após mais um grande ano no tricolor, em 1978, ele recebeu a convocação para a Copa do Mundo da Argentina e foi primordial em uma partida contra a seleção da casa. O jogo ficou conhecido como ‘Batalha de Rosário”, porque foi uma verdadeira guerra em campo.

O time argentino batia muito, mas não esperava que Chicão não os temia e o volante dominou o meio de campo. O jogador não pipocou e botou a seleção da casa no bolsa, com chegadas duras e encarando a todos, sem medo algum do adversário.


Chicão não foi titular em todos os jogos pelo Brasil, mas em partidas como aquela que ele foi convocado, e fez muita diferença para a Amarelinha. O jogo terminou empatado sem gols, mas o número de faltas foi digno de uma luta do UFC.

Chicão saiu do tricolor no ano seguinte, em 1979, quando foi atuar no Atlético Mineiro, clube que teve muita dificuldade de aceitação por parte do torcedor, por causa da final de dois anos antes. Pelo tricolor, o volante fez 319 jogos e anotou 19 gols.

O volante encerrou a carreira em 1986, defendendo o Mogi Mirim. Quando se aposentou dos gramados, tentou a profissão de técnico. Começou no XV de Piracicaba e, em seguida, foi para o Independente de Limeira. Além disso, teve uma loja de material esportivo em sua cidade por seis anos. Em 2001 voltou a treinar um time de futebol, o Clube Atlético Montenegro, de Paranapanema, atualmente licenciado da Federação Paulista de Futebol e que chegou à série B-2 sob seu comando. Chicão morreu no dia 8 de outubro de 2008, aos 59 anos, vítima de câncer de esôfago.
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