O título da Libertadores de 1981 do Flamengo

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Zico beija a taça da Libertadores

Recentemente, diante do Athletico Paranaense, jogando em Guayaquil, no Equador, o Flamengo conquistou seu terceiro título da Libertadores da América, com um gol do já histórico Gabigol. O rubro-negro vem de campanhas de enorme destaque recente na competição mais importante da América do Sul, porém ficou muito tempo longe da conquista da América. O primeiro título flamenguista na competição ocorreu há 41 anos, em 23 de novembro de 1981, no Centenário, em Montevidéu.

Classificado como campeão do Brasileirão de 1980, o rubro-negro começou aquela competição num grupo que tinha Atlético Mineiro, Cerro Porteño e Olímpia. Abriu a competição empatando por 2 a 2 com o Galo em Minas, venceu o Cerro por 5 a 2 no Maracanã, empatou também no maraca com o Olímpia. Ficou em outra igualdade por 2 a 2 com o Galo no Maracanã, venceu o Cerro por 4 a 2 no Paraguai e ficou no zero com o Olímpia fora de casa. Os resultados obrigaram um duelo desempate com o Atlético Mineiro, que jogado em Goiânia, diante de polêmica arbitragem de José Roberto Wright, terminou em zero.

Classificado, o Mengão seguiu numa competição que tinha grupos de três times como as "semifinais, enfrentando então Jorge Wilstermann e Deportivo Cali e abriu vencendo duas partidas seguidas longe de casa por 1 a 0 e 2 a 1 contra bolivianos e colombianos, respectivamente. Vantagem que foi crucial ao ser completadas por vitórias contra ambos os times no Rio de Janeiro, que terminaram garantindo o Mengão na final. Do outro lado, o Cobreloa surpreendeu Nacional e Peñarol e chegou a decisão.

Em 13 de novembro daquele ano, o rubro-negro, com um dos melhores times da história do futebol mundial, começou a decidir a competição e bateu o Cobreloa por 2 a 1 no Maracanã, contando com dois gols de Zico diante de quase 100 mil rubro-negros. No Nacional de Santiago, um gol de Merello no finalzinho levou o jogo para uma partida decisiva em campo neutro. No Centenário, Zico mostrou porque era o melhor jogador brasileiro e decidiu o jogo marcando duas vezes, dando a primeira conquista da Libertadores naquele dia 23 de novembro ao Flamengo. 


Era a consagração de um time que tinha nomes históricos em sua formação. Começando pelo goleiraço Raul Plasmann, o Mengão ainda tinha caras como Mozer, Júnior, Andrade, Tita, Nunes, Adílio e, é claro, o Galinho Zico. O camisa 10 ainda terminou a competição como artilheiro, marcando 11 vezes ao longo da disputa. O rubro-negro ainda bateria na trave no ano seguinte, caindo nas semifinais, mas só voltaria a se destacar no continente nos anos recentes.

Algumas semanas depois aquele time faria em Tóquio com que o Liverpool de Dalglish, Souness e Kennedy, que dominaria a Europa naquela década saísse de campo com a envergadura de um guardanapo molhado após ser atropelado pelo time brasileiro sem piedade, consagrando de vez aquele que é um dos cinco melhores times da história do futebol brasileiro de clubes.
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