Demissões na diretoria escancaram problemas que pareciam já claros na Juventus

Por Lucas Paes
Foto: Getty Images

Nedved e Agnelli deixaram a Juve

Depois de um começo muito ruim na Série A, a Juventus vinha se recuperando e conseguindo aos poucos se aproximar do G4 do Campeonato Italiano nesta temporada. Dentro de campo, os últimos três anos não vem sido muito positivos para os bianconeri e o motivo talvez agora tenha ficado claro. Em meio a disputa da Copa do Mundo, com o futebol italiano paralisado, uma bomba estourou para os lados do maior campeão da Bota: Agnelli e toda a diretoria da Juve pediram demissão em meio a acusações de fraude fiscal que incluem o ídolo Pavel Nedved. 

A situação toda só escancara problemas que parecem claros já há algum tempo na equipe Bianconera. A situação toda começou a ficar nebulosa já durante ano passado, quando começaram diversas buscas e investigações em cima dos acordos feitos com os jogadores para os descontos nos salários dos jogadores em meio a pandemia do coronavírus. Haviam suspeitas de fraude fiscal que parecem cada vez ficarem mais claras. 

O balanço lançado pelo clube deixou a situação ainda mais insustentável para a atual administração, já que a Juve registrou um prejuízo histórico na casa das centenas de milhões de Euros. Os bianconeri são o time que mais fatura na Itália, sendo o único do país com um estádio próprio nos modelos de clubes de outros países. Até pouco tempo atrás, os sucessos dentro de campo mascaravam o insucesso fora dele, ou mesmo os supostos crimes que ocorriam. Agora, já não há mais um grande sucesso dentro das quatro linhas para disfarçar.

A demissão é apenas um catalisador do cataclisma pelo qual a Juve pode passar nos próximos anos, agora caminhando então por um túnel de incertezas talvez inédito na história do clube. Na diretoria, ficou apenas Maurizio Arrivabene, que cuidará da transição para uma nova direção, que terá que cuidar de um clube com as finanças fragilizadas e que ainda seguirá sendo investigado, com problemas mais escusos que ainda poderão surgir no caminho. Muito difícil imaginar que toda esta bomba não leve estilhaços ao campo. 

Estes estilhaços, porém, pareciam mesmo já estar atingindo o futebol. Na verdade, toda essa crise parece ser apenas o esclarecimento de uma questão que pairava já no ar: por que a Juventus deixou de ser forte nacionalmente? Na temporada 2019/2020 já havia tido mais sorte que juízo para ganhar o Scudetto em cima da Inter e nas duas seguintes o time despencou em desempenho, chegando a cair na primeira fase da Liga dos Campeões recentemente na última posição. Fica claro agora que o campo está apenas refletindo a bagunça que se dá fora dele.


Outra situação esclarecida nisso tudo é o desespero de Agnelli pela existência da Superliga Europeia, que seria um método da Juve pelo menos se recuperar financeiramente. Em meio a problemas que provavelmente chegarão nos tribunais e que abalarão as estruturas da Velha Senhora de uma forma que não se viu ainda, restará agora observar quais serão as consequências esportivas de toda a bagunça que o clube virou. Uma coisa é certa: turbulências acontecerão ainda em Turim
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