Com informações do UOL Esporte / Diego Garcia
Foto: divulgação
John Textor, o investidor da SAF do Botafogo
Em seus primeiros 6 meses desde que fechou sua venda para o americano John Textor, a SAF do Botafogo está com atraso na entrega de diversas obrigações financeiras que constam no acordo assinado com acionistas no dia 10 de março deste ano. A falta da documentação representa os primeiros descumprimentos contratuais da empresa.
Os relatórios são cláusulas que deveriam ser entregues regularmente para auditar o controle do endividamento e, assim, tornar possível que sejam propostas medidas de correção nas contas da SAF Botafogo.
Uma das cláusulas prevê que a SAF tem a obrigação de fornecer relatórios de orçamentos com os resultados trimestrais a todos os membros dos Conselhos de Administração e Fiscal, por escrito, até 15 dias.
Esse documento ainda deveria incluir metas e resultados da companhia e folha de pagamento do futebol profissional, o que ainda não aconteceu até o momento. Por isso, todos os parágrafos seguintes do contrato que falam da consequências de não apuração para adequação do limite do endividamento não foram enviados aos conselheiros.
Outro ponto que não vem sendo cumprido é a atualização e entrega dos balancetes da SAF até o 15º dia de cada mês. Isso contraria o que diz o próprio contrato e os atos constitutivos registrados, que preveem a realização periódica essas obrigações financeiras.
A falta de apresentação dos relatórios é assunto nos bastidores do clube há algumas semanas. Em agosto, inclusive, Fernando Pereira, um dos membros do Conselho Fiscal, renunciou ao cargo cobrando, internamente, mais transparência. Apesar disso, à coluna, ele apontou que deixou a função por entender que não tem o perfil do cargo.
O atraso já vem sendo discutidos entre membros da política botafoguense. Alguns reclamam da falta de transparência e outros entendem que a SAF ainda é muito recente, o que justifica a demora para a entrega das documentações.
Porém, sem a apresentação das demonstrações financeiras e orçamentos, o Conselho Fiscal da SAF não é capaz de analisar os números e, consequentemente, o endividamento.
Outros pontos que geram insatisfação dizem respeito às apresentações prévias de avaliações independentes para a aprovação do clube dos jogadores negociados, o que nunca ocorreu. E ainda esclarecimentos sobre possível empréstimo das ações da SAF do Botafogo na operação de aquisição de John Textor no Lyon, da França.
Procurada pela coluna, que enviou todas as cláusulas descumpridas até o momento e questionou os atrasos nas demonstrações financeiras e orçamentos, a SAF do Botafogo diz que "os termos do acordo de acionistas são confidenciais e cabe apenas aos acionistas a condução desse tema".
O presidente Durcesio Mello e outros membros da cúpula de administração do Botafogo também foram contatados nos últimos dias para esclarecimentos sobre as consequências da ausência dos relatórios para o clube, mas não responderam. A reportagem será atualizada caso queiram se manifestar.
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