Há 45 anos, Liverpool fechava contratação de Kenny Dalglish e mudava rumo de sua história

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Em Liverpool, a monarquia tem outro rei

O começo de agosto na Inglaterra é marcado pelo fim da janela de transferências e pelo começo do Campeonato Inglês. Neste momento, algumas transferências de última hora são acertadas, algumas equipes consertam suas últimas arestas no mercado. O futebol era um esporte muito diferente na Terra da Rainha em 10 de agosto de 1977, mas este dia é um dos mais importantes de toda a história do Liverpool, pois foi nele que Bob Paisley trouxe um tal de Kenny Dalglish para Anfield Road.

O futuro King Kenny, na época um empolgante jogador do Celtic, foi trazido para os Reds por uma cifra de 400 mil libras que foi o recorde de transferência do futebol britânico na época. Havia passado quase 10 anos no time profissional celta, subindo pouco tempo depois do título europeu de 1967. A transferência não caiu bem com a torcida escocesa, mas isso pouco interessava ao Liverpool, que via em Kenny a estrela que faltava.

E foi mesmo o que faltava. Com a adição de Dalglish os Reds começaram a lapidar as estradas da caminhada que os levaria a completa dominação no país (e a bem da verdade, no continente) na década seguinte. Dalglish foi a engrenagem que falta no motor vermelho para levar o time a voos mais altos e a um nível de futebol que nunca antes fora visto em terras britânicas. Ele se tornaria o pilar de um dos maiores times da história do futebol.

Muito bom tecnicamente, o craque escocês foi a senha para que o Liverpool saísse de um modo mais inglês de jogo e passasse a usar cada vez mais o "pass and run", que mostrava alguns conceitos táticos muito a frente do seu tempo no auge daquele time. O camisa 7 se tornou uma verdadeira divindade, um monarca eleito por seu povo e um ícone eterno e incomparável da mitologia que cerca um dos maiores (se não o maior) clube da Inglaterra. 

King Kenny ficaria por 13 longos anos em Anfield, dos quais se somaram alguns mais como treinador, incluindo aí uma passagem longa como treinador/jogador. No total, 515 partidas e 172 gols para o Rei de Anfield. Campeão de praticamente tudo o que disputou dentro de campo, também foi responsável como treinador (e jogador, já que entrou em duas partidas) pelo último título inglês antes do recente conquistado por Klopp. Foi também o treinador que conquistou o último título antes da explosão de troféus da era do alemão.


O dia 10 de agosto pode ser um dia como outro qualquer em diversos lugares do mundo, mas Liverpool, ou pelo menos a parte vermelha da cidade o celebram como o natal, como a chegada de um messias da camisa 7 que mudou a história do clube. Vida longa ao Rei Kenny Dalglish.
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