Djalma Dias e seu início no America

Com informações do Trivela
Foto: arquivo

Djalma Dias com a camisa do America

Neste domingo, dia 21 de agosto, um dos grandes zagueiros da história do futebol brasileiro completaria 83 anos: Djalma Dias. O craque, que conseguiu ter um filho tão craque quanto, Djalminha, brilhou principalmente com a camisa do Palmeiras, na grande Academia, e ainda defendeu Atlético Mineiro, Santos e Botafogo. Mas seu grande início foi no America.

Nascido no Rio de Janeiro, em 21 de de agosto de 1939, já nas peladas mostrou ter "aquilo a mais" de um jogador comum. Como ele vinha de família de classe média do bairro Cidade Nova, Djalma quase foi dentista por vontade dos pais, ou engenheiro por vontade própria. Optou pela bola.

Levado por Oscar, ex-jogador do America, para o clube tijucano, entrou no time infanto-juvenil em 1956, subindo para os juvenis no ano seguinte, categoria na qual chegaria à Seleção Brasileira. Jogava de centromédio (atual volante) ou meia-armador.

No entanto, quando foi lançado no time de cima no início de 1958 pelo técnico húngaro Gyula Mandi, Djalma foi escalado como lateral. Dentro de pouco tempo e da grande rotatividade no comando do time rubro, já havia atuado em todas as posições da linha de defesa. Até ser fixado como zagueiro central por Jorge Vieira, conquistando de vez a titularidade na temporada de 1960, que acabaria entrando para a história do America.

Usando toda a técnica já demonstrada quando atuava no meio-campo, Djalma Dias tornou-se um zagueiro elegante, classudo, que se recusava a recorrer a botinadas. Foi com esse estilo que liderou a defesa americana na conquista do título carioca, atuando em 21 das 22 partidas de uma campanha surpreendente, que levou um pouco badalado time rubro ao quebrar um jejum de 25 anos e se tornar o primeiro campeão do novo estado da Guanabara.

A equipe de Jorge Vieira só perdeu um jogo (1 a 0 para o Bangu, na quinta rodada), foi campeã batendo o Fluminense por 2 a 1 de virada no último jogo e terminou o torneio com a defesa menos vazada: apenas 15 gols sofridos em 22 partidas. Djalma Dias foi eleito o melhor zagueiro do campeonato e também a revelação do ano. Ganhou destaque até na revista italiana “Il Calcio e Il Ciclismo Ilustrato”, então uma das principais do país.

No ano seguinte, o America não repetiu a grande campanha no Carioca, mas fez bom papel na Taça Brasil, chegando às semifinais. Djalma ficou de fora da primeira fase, quando os rubros não tiveram trabalho para eliminar o Fonseca, de Niterói, campeão do antigo estado do Rio de Janeiro. Mas marcou presença quando o esquadrão rubro eliminou o Cruzeiro, campeão mineiro, e o Palmeiras, então detentor do torneio, antes de cair para o Santos de Pelé.

Djalma foi novamente eleito o melhor zagueiro central do futebol carioca em 1961 e começou a ser cotado para uma vaga na Seleção Brasileira que defenderia o título na Copa do Mundo do Chile, no ano seguinte. Incluído na lista de pré-convocados para o Mundial divulgada em março, o central americano faria sua estreia pelo Brasil no dia 12 de maio, entrando no lugar de Mauro durante a vitória por 3 a 1 sobre o País de Gales no Maracanã.

Porém, na relação final dos convocados, o zagueiro central de 22 anos seria preterido por Bellini e Mauro, ambos com 31 anos e veteranos de 1958. A tristeza com a ausência do Mundial seria logo amenizada com a conquista da International Soccer League, um torneio que reunia clubes da Europa e das Américas organizado por um milionário norte-americano chamado William “Bill” Cox e que já havia sido levantado pelo Bangu dois anos antes.

A competição, também conhecida simplesmente como Torneio de Nova York, foi disputada entre o meio de julho e o início de agosto de 1962 com 12 equipes divididas em dois grupos. O America venceu sua chave de forma invicta, superando Chivas, Palermo, Hajduk Split, Dundee FC e o Reutlingen, da Alemanha Ocidental. E fez a final contra os portugueses do Belenenses, vencendo as duas partidas no estádio da Randall’s Island por 2 a 1 e 1 a 0.

Referência técnica da equipe e cobiçado por diversos clubes cariocas e paulistas, Djalma teve problemas para tentar renovar seu contrato ao voltar de Nova York e entrou em litígio com o America, que chegou a colocar seu passe à venda por um valor inviável. Ficou cerca de um mês fora do time, mas acabou aceitando um novo contrato-tampão apenas até o fim da temporada, recebendo o salário-teto do elenco. No fim do ano, foi negociado com o Palmeiras.


Depois de deixar o Palmeiras, onde brilhou, Djalma Dias ainda defendeu o Atlético-MG, em 1968, o Santos, de 1969 a 1970, onde venceu o Campeonato Paulista logo no ano de sua chegada, e o Botafogo, de 1970 a 1974.

Djalma Dias ainda chegou a atuar na Seleção Brasileira de Masters, montada por Luciano do Valle e fazia diversos amistosos pelo país exterior, além de acompanhar o início de carreira de Djalminha, então na base do Flamengo. Porém, no dia 1º de maio de 1990, faleceu aos 50 anos de idade, por parada cardiorrespiratória no Rio de Janeiro.
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