Foto: Rafael Dandeira / Sport
Lisca será o novo técnico do Santos
As redes santistas foram pegas de surpresa na noite desta segunda-feira, dia 18 de julho de 2022, com a notícia de que o Santos tinha um acerto com o treinador Lisca, o popular Lisca Doido, que até o momento tinha recém começado um trabalho no Sport e tinha apenas três jogos como treinador do time da capital pernambucana. Fontes confiáveis cravaram o acerto com o Santos, mas é claro que a reação negativa tanto dos torcedores do Sport quanto da própria torcida alvinegra podem mudar algo.
Para quem quiser uma análise mais profunda do que esperar taticamente do time caso Lisca de fato venha a ser treinador é melhor esperar análises de canais como o Eu Vim de Santos. O foco deste artigo será mais em cima do que esperar do clube para o resto do ano de 2022, que, um spoiler, promete ser muito complicado para o Alvinegro Praiano e também passará por tática, mas muito menos que em meios mais especializados.
O primeiro fator a dizer neste texto é: torcedor, não espere nada demais do Santos no ano de 2022. Apesar do trabalho muito bom em relação a recuperação financeira de uma quase falência nas mãos de José Carlos Peres, a diretoria de Andrés Rueda se mostra novamente completamente perdida no futebol, no que pode significar uma tragédia financeira caso aconteça o rebaixamento (e olha, ele está sendo ensaiado). Lisca é mais um passo nessa direção, vindo após a diretoria voltar atrás sobre a contratação de Guto Ferreira devido a reação dos torcedores.
Lisca veio, com o perdão da palavra, para apagar incêndio. O Santos vive momento delicadíssimo na temporada. Mesmo estando no meio de tabela, o Alvinegro Praiano tem números muito ruins nos últimos meses e começa a assustar verdadeiramente o torcedor com relação ao pior. A pontuação é a mesma do Brasileirão do ano passado nesta altura, numa campanha que terminou com uma briga incessante contra o descenso que terminou efetivamente apenas após uma milagrosa vitória no Maracanã contra o Flamengo. O ex-comandante do Sport virá para tentar trazer águas tranquilas ao turbulento oceano santista.
O trabalho mais recente de Lisca que deu algum resultado como treinador foi no América Mineiro, em 2020, quando eliminou o Corinthians da Copa do Brasil e chegou nas semifinais da competição. Naquele período, fez um time relativamente limitado do América jogar um bom futebol e ter inclusive domínio diante do Timão. Também foi muito bem na Série B, mas o nível de competição dela é outro e ainda conseguiu perder o título para a Chapecoense.
O projeto com Lisca pelo menos é honesto. Ele vem apenas para ficar até o final do ano e terminar com tranquilidade o final de campanha do Santos. Não é a ideia da diretoria para o ano que vem, seja com o Santos jogando na Libertadores da América (ideal) ou então no cenário que prefiro nem citar (e aí, sinceramente, talvez seja melhor ficar com ele). Não há grandes aspirações, inovações e novidades nesta contratação.
Existem dois pontos muito preocupantes, porém, nesta análise. O primeiro deles é, é claro, quão convicto o Peixe está na contratação de Lisca? Não parece que esta era a primeira opção do Alvinegro Praiano, mas que o desespero bateu para responder a justa questão de quem iria comandar o time e também para que alguém mais qualificado que Marcelo Fernandes assumisse o cargo. Com certeza, a amizade com Newton Drummond pesou na contratação, o que também não é uma questão interessante.
A segunda é que qualificação em time grande Lisca tem para trabalhar no Santos? Os únicos trabalhos de Lisca em times grandes foram no Vasco, que se encerrou prematuramente após um início muito ruim e no Internacional, que foi uma emergência assustadora a dois jogos do fim do Brasileirão de 2016 e terminou com o rebaixamento do clube, em uma situação que na verdade ele teve pouca culpa. Pouco para alguém que tentará salvar o ano do Santos.
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