Por Edson de Lima
Foto: divulgação EC Iranduba
Equipe do Iranduba nesta temporada
Oito vezes campeão amazonense, o Iranduba vive sua página mais triste no futebol feminino em 11 anos de existência. As campanhas dos últimos anos já sinalizavam este desfecho que culminou com o rebaixamento para o recém criado Brasileirão Feminino A3, a terceira divisão nacional da categoria.
Breve histórico - Fundado em 2011, a equipe alcançou maior projeção desde então com o futebol feminino, foram oito títulos consecutivos do campeão estadual, 2011 até 2018. Participou em 6 ocasiões, também consecutivas (de 2011 a 2016) da extinta Copa do Brasil, até então a mais democrática competição do futebol feminino brasileiro.
Começou a participar do Brasileirão em 2013, ficando na elite até 2020 quando terminou a competição em e acabou sendo rebaixado, em 2021 e 2022 esteve no Brasileirão A2 ou melhor, a segunda divisão.
E neste sábado 23 de julho, concretizou o seu rebaixamento para a atual última divisão.
Os dias de glória - E inegável que houve uma melhoria técnica da equipe a partir de 2016 com a chegada de gente nova, tanto dentro como fora de campo. As memoráveis noites da Arena da Amazônia, onde quase 30 mil pessoas que pagavam ingressos e estiveram presentes acompanhando o Hulk da Amazônia tanto em jogos no âmbito regional, nacional e continental, aos foram se tornando uma realidade distante ano após ano.
Na semifinal do Brasileirão Feminino do 2017, contra o Santos (Ivan Ruela/Torcedores.com)
Ainda em 2018, o patamar e o "sarrafo" estiveram muito altos. Foi quando conseguiu a participação na maior competição interclubes do continente que foi a Libertadores, pelo fato de Manaus ter sido escolhida pela Conmebol para sediar o torneio. Isso foi a coroação daquele BOOM do futebol feminino no norte do país causado pelo Iranduba.
A partir daí começa o processo de derrocada, com questões admistrativas, parcerias comerciais que não se concretizaram, em 2020 definitivamente é nítida a crise quando a equipe recebe "uma injeção de ânimo", a parceria com o co-irmão 3B e disputa pela ultima vez a elite nacional e cai para o Brasileirão A2 ficando em 13° lugar somando apenas 11 pontos em 15 jogos. Mesmo com a participação nos campeonatos nacionais de base, sub-18 foram suficientes para reacender a chama que se apagava ano após ano.
Isso tudo foi fruto das más associações, gestão pouco ou nada auto-sustentável e a ascensão dos adversários no âmbito local, principalmente o 3B que está neste processo de consolidação e que inclusive foi o sustentáculo de estrutura esportiva do próprio Iranduba nos tempos áureos, do JC de Itacoatiara que também evoluiu nos últimos 3 anos, tanto no campeonato amazonense, como no brasileiro.
Resta ao Iranduba, senão retomar os dias de glória vividos, mas pelo se reinventar e proporcionar aos seus torcedores e apoiadores, soluções viáveis e que respeitem a cultura local para que não percamos de vez este núcleo tão importante para futebol feminino do norte do Brasil. Volte a brilhar Iranduba, você é muito importante para sumir de vez do cenário esportivo.
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