Foto: Arquivo
Carlos Alberto "originou" o apelido
O apelido de "pó de arroz" é usado por torcedores rivais para mais de um tricolor hoje em dia, mas a origem dele se conecta ao Fluminense. O time carioca, que inclusive tem histórico de ver sua torcida usando pó de arroz para receber o time em partidas no Maracanã teve o apelido começando a pegar num dia 13 de maio, no distante ano de 1914, numa partida diante do America, em uma situação causada por provocação também a um jogador negro do time chamado Carlos Alberto. E sim, tudo isto causado por conta do racismo no futebol!
Naquele dia, no jogo disputado nas Laranjeiras, o clima não era lá tão amistoso. O Tricolor Carioca tinha em seu elenco o ponteiro Carlos Alberto, que fora jogador do America anteriormente a sua chegada no Fluzão. Dono de bons números com a camisa tricolor, ele foi alvo de várias provocações da torcida alvirrubra devido ao fato de usar pó de arroz em seu rosto.
Criou-se desde então uma lenda de que quem obrigara Carlos Alberto a usar o pó de arroz fora a diretoria do Flu, que não gostava que o jogador destoasse do resto do elenco, formado por jogadores brancos. Porém, o uso do produto era comum entre homens da época, sendo algo como um tratamento dermatológico após se barbear.
Sem se envergonhar do apelido, a torcida do Fluminense simplesmente o adotou e dali há alguns anos passou a utilizar o pó de arroz para receber os jogadores quando entravam em campo. O apelido acabou atravessando épocas e segue existindo até o dia de hoje. Atualmente, é mais raro testemunhar a torcida usando o produto na recepção ao time em campo, mas isso se deve muito mais as várias restrições que tem sido seguidamente impostas aos torcedores.
Sem se envergonhar do apelido, a torcida do Fluminense simplesmente o adotou e dali há alguns anos passou a utilizar o pó de arroz para receber os jogadores quando entravam em campo. O apelido acabou atravessando épocas e segue existindo até o dia de hoje. Atualmente, é mais raro testemunhar a torcida usando o produto na recepção ao time em campo, mas isso se deve muito mais as várias restrições que tem sido seguidamente impostas aos torcedores.
É importante que se ressalte para contexto histórico que a participação de negros e das pessoas mais pobres no futebol demorou a acontecer no Brasil. Deve se dar o crédito com justiça, diga-se, ao time vascaíno dos camisas negras para que a aceitação finalmente acontecesse, mas o Cruzmaltino não foi o primeiro clube a aceitar negros e mestiços em seu elenco, já que a Ponte Preta, por exemplo, tinha Miguel do Carmo na lista de fundadores, além do Bangu ter jogadores negros antes mesmo do Vasco ter criado seu departamento de futebol. Como já citado, o próprio Flu tinha Carlos Alberto e teve outros jogadores anteriormente.
Curiosamente, a situação ocorrida com Carlos Alberto no jogo contra o America ocorreu no mesmo dia em que, precisamente 26 anos antes, a princesa Isabel havia assinado a Lei Áurea, que acabou com a escravidão no Brasil.
Curiosamente, a situação ocorrida com Carlos Alberto no jogo contra o America ocorreu no mesmo dia em que, precisamente 26 anos antes, a princesa Isabel havia assinado a Lei Áurea, que acabou com a escravidão no Brasil.
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