Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo
O Grêmio perdeu para a Ponte Preta por 1 a 0 mas se classificou para a final do Brasileirão de 81
Neste dia 26 de abril de 2022, se completam 41 anos da partida de volta entre Grêmio e Ponte Preta, pela semifinal do Campeonato Brasileiro de 1981. Nesta oportunidade, o Imortal Tricolor conseguiu se classificar para a decisão da competição mesmo com a derrota pelo placar de 1 a 0 a favor da Macaca, no jogo que marcou o recorde de público no Olímpico.
Para acompanhar este jogo, a torcida do Grêmio compareceu em peso nas arquibancadas do Olímpico, em Porto Alegre. Um total de 98.499 tricolores, sendo que 85.721 eram pagantes, bateram o recorde de público da antiga casa gremista e geraram uma renda de Cr$ 11.142.990,00 ao clube gaúcho.
A expetativa dos tricolores era muito boa. Até porque, além da boa campanha que o time vinha fazendo, o Imortal venceu a equipe alvinegra pelo placar de 3 a 2, dentro do Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. Vantagem essa que dava a vantagem do Grêmio de perder até por um gol de diferença em casa para avançar à grande decisão.
Apesar da grande festa antes da bola começar a rolar, o clima no estádio passou a ficar tenso a partir dos 20' jogados, quando Osvaldo (que dois anos mais tarde venceria a Libertadores e do Mundial com a camisa do Grêmio) aproveitou levantamento de Serginho em cobrança de falta e também a falha da zaga do time da casa para desviar a bola pro fundo das redes. Leão, que era o goleiro tricolor na época, reclamou bastante com Maurílio José Santiago, árbitro da partida, pela marcação da infração que deu origem ao gol da Macaca.
A partir daquele momento, o Grêmio teria de redobrar a atenção nos 70 minutos restantes. Afinal, a equipe da casa não poderia permitir mais que a bola ultrapassasse as suas balizas para conseguir garantir a vaga para a final. Caso contrário, quem se classificaria era o time campineiro. Isso deixou os atletas do Imortal Tricolor nervosos, e a Ponte Preta aumentava o seu ímpeto ofensivo cada vez mais. A situação estava tão complicada, que nem a bronca do treinador Ênio Andrade durante o intervalo surtiu o efeito esperado. O comandante pedia um time menos nervoso e mais leve em campo.
Com o segundo tempo já em andamento, Hugo De León, que era xerife da zaga e o capitão do time quase marcou um gol contra ao tentar cortar um cruzamento. A bola pegou efeito e foi para trás, mas Leão saltou para evitar aquele tento que poderia tirar a vaga do Grêmio. Após a jogada, o defensor cumprimentou o goleiro como reconhecimento a defesa e também como um pedido de desculpas pelo lance. Mesmo depois deste momento, o Olímpico permaneceu quieto e atento a outra partida da semifinal, que estava sendo disputada por Botafogo e São Paulo.
Só depois que o árbitro Maurílio José Santiago apitou o fim do jogo que o estádio voltou a explodir como um grande alívio. Parecia até que o time mandante havia marcado o gol de empate. Mas era a vaga para a decisão que tinha chegado. No gramado, os jogadores gremistas celebravam a classificação, mas ao mesmo tempo, se desculpavam com a torcida pela má atuação da equipe durante a partida.
Na final, o clube gaúcho venceu as duas partidas contra o Tricolor Paulista e conquistou o título nacional daquele ano. Na ida, o Grêmio venceu o São Paulo pelo placar de 2 a 1, no mesmo Estádio Olímpico, e no jogo de volta, o clube do Sul ganhou pelo placar magro de 1 a 0 no Morumbi. Com isso, a equipe de Porto Alegre se sagrou campeã do Brasileirão pela primeira vez em sua história
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