Com informações do UOL
Foto: arquivo
O empresário de futebol Juan Figer morreu nesta sexta-feira, dia 31, aos 87 anos. A informação foi divulgada pela neta do agente Stephanie Figer, que atua no mesmo ramo do avô, em suas redes sociais. Segundo ela, Figer já vinha enfrentando problemas de saúde e não resistiu a uma parada cardíaca nesta sexta-feira.
"É com coração apertado que eu compartilho com vocês que fecharemos o ano de 2021 sem mais a presença do meu avô Juan. Infelizmente após lutar muito, ele não resistiu a uma parada cardíaca e faleceu hoje (31)", escreveu.
Em outra postagem, ela fez uma homenagem ao avô. Stephanie aprece ao lado de Juan tomando uma taça de vinho em um restaurante. Segundo a empresária, os dois tinham uma relação muito próxima.
"É assim que eu sempre me lembrarei de você, vô… viajando, comendo num bom restaurante e falando de futebol! Que honra e privilégio o meu de ser sua neta e ter aprendido tantas coisas com você. Vou levar a diante tudo o que me ensinou, ao lado do meu pai Marcel e tio André pra te deixar orgulhoso por onde estiver! Te amo com todo o meu coração. Muito obrigada por tudo", concluiu.
Histórico - Juan Figer nasceu em Montevidéu e na juventude foi campeão juvenil uruguaio e sul americano de xadrez. Após trabalhos como vendedor de rua, começou a intermediar importações e exportações, e, em 1958, após um grupo de colegas vencer as eleições para dirigir o Peñarol, tornou-se o diretor das categorias de base do clube e mais tarde, tornou-se diretor comercial.
Entre esses colegas, estava Julio María Sanguinetti, ex-presidente do Uruguai, e na época novo secretário-geral do clube. Durante esta gestão, o Peñarol conquistou o campeonato nacional diversas vezes, além da Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes.
Em 1968, mudou-se para São Paulo, onde sua família já residia há quatro anos. Pretendia montar um escritório de comércio internacional, que nunca passou de uma ideia, porém, investiu na área esportiva e passado dois anos, ele organizou sua primeira partida: Flamengo versus Peñarol. Ambos os times tiveram dúvidas sobre o sucesso dessa partida e cobraram antecipadamente. O dinheiro pago a eles foi fruto de um empréstimo contraído por Figer. Para sua sorte, o Maracanã recebeu um público de 100.000 pessoas.
Visitando os clubes paulistas, Figer fez amizade com alguns conselheiros do São Paulo e realizou a sua primeira transferência: a de Pablo Forlán, até então lateral-direito do Peñarol, para o São Paulo Futebol Clube, pela quantia de US$ 80 mil. Também intermediou o jogador Hector Silva, do Peñarol, para o Palmeiras, pelos mesmo US$ 80 mil e Pedro Rocha, para o São Paulo, por US$ 190 mil.
Agente FIFA - A profissão de agente foi regularizada pela FIFA em 2001, mas Figer já tinha transferido alguns dos principais jogadores do mundo antes disto, como Maradona, Klinsmann, Gullit, Rijkaard, Lineker, De León, Sócrates, Careca, Vialli, Casagrande, Dunga, Zé Roberto, Müller ou Denílson. Este último ainda bateria o recorde da transferência mais cara do mundo na época, do São Paulo para o Bétis, atingindo as cifras de US$ 40,5 mi.
Na fase áurea, Juan Figer usava os clubes pequenos uruguaios para registrar os seus atletas. Com isto, aconteceram casos pitorescos, como o Bella Vista com um forte time e conquistando o Campeonato Uruguaio de 1990 e o meia brasileiro Silas, com duas Copas o Mundo nas costas, atuando pelo Central Español entre a saída do Sporting de Portugal e a ida para a italiana Sampdoria. Com o passar dos anos, tornou-se parceiro de clubes como Real Madrid, Milan, Bayer Leverkusen e passou a representar inúmeros jogadores.
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