Valdir Espinosa e o título paraguaio com o Cerro Porteño em 1987

Com informações do GE
Foto: arquivo

Espinosa foi campeão paraguaio em 1987, com o Cerro Porteño

Valdir Espinosa, se estivesse vivo, completaria 74 anos neste 17 de outubro. Com passagens marcantes por clubes Brasileiros, como o Grêmio campeão da Libertadores e do Mundo em 1983, e Botafogo, com o Cairoca de 1989, saindo da fila, ele também tem trabalhos significativos no Paraguai, onde em 1987, conquistou o Campeonato Paraguaio com uma campanha avassaladora pelo Cerro Porteño.

Valdir Espinosa chegou ao clube paraguaio com a missão de substituir no comando da equipe ninguém menos que o ídolo húngaro Puskás, então treinador do time, para encerrar um jejum de nove anos sem títulos. E ele conseguiu.

Sob o comando de Valdir Espinosa, o Cerro Porteño quebrou o jejum de títulos e conseguiu feitos importantes na época, como a maior média de público da história do Campeonato Paraguaio. O treinador brasileiro, em entrevista ao Globo Esporte.com em 2017, lembrou com carinho daquele período, exalta a relação com os torcedores do clube paraguaio, lembra que chegou sob certa desconfiança e deixa claro que a conquista de 87 foi tão importante quanto os títulos que conseguiu por Grêmio e Botafogo.

"Até hoje o recorde de público do clube não foi batido, era uma média acima de 30 mil pessoas no Defensores del Chaco, que vivia lotado. Era extraordinário. Torcida e imprensa dizem que aquela foi a melhor equipe formada na história do Cerro. Jogávamos um futebol de uma qualidade muito grande. Realmente, era uma equipe brilhante. Assim que cheguei, até existia uma desconfiança pelo meu nome, um cara vindo de fora do país. E olha que eu já era campeão do mundo com o Grêmio. Pessoas me olhavam de lado. E mais: entrei substituindo o Puskás, que era o treinador na época. Mas depois que adquiriram a confiança, sempre foram extraordinários comigo. Tenho um carinho muito grande por Assunção, pelo Cerro e pela torcida. E é recíproco, sempre foi. Várias equipes e títulos marcaram a minha vida. E esse do Cerro em 87 considero igual ao da Libertadores e Mundial pelo Grêmio, e ao Carioca pelo Botafogo. A torcida ajudou muito naquela conquista. Até hoje tenho esse reconhecimento", disse Espinosa à época.

Entre histórias e lembranças de uma das conquistas mais marcantes do Cerro Porteño, Valdir Espinosa citou uma brincadeira que fez com os torcedores que acabou gerando polêmica com os ambulantes que trabalhavam nos dias de jogos da equipe. Com a ótima campanha, e diante de um jogo que não valia nada para a tabela, ele sugeriu aos torcedores que ficassem em casa fazendo churrasco. Algo que não agradou ao bolso dos trabalhadores que esperavam um grande público no estádio.

"Teve uma coisa interessante, que sempre lembro. Em um determinado momento da competição, em que um jogo nosso já não valia mais nada em termos de pontuação, cheguei a falar após um treino no sábado que a torcida não precisava ir ao estádio no dia seguinte. Que podiam ficar em casa para comer um assado, fazer um churrasco. Mas eu disse brincando. No dia do jogo, só tinha cerca de mil pessoas no estádio. Os ambulantes ficaram revoltados comigo. Era o dia em que eles faturavam. Se tem uma brincadeira que fiz que me arrependo, com certeza foi essa", disse.

Entre os atletas que marcaram época naquela conquista, Valdir Espinosa lembra de alguns que depois da vitoriosa campanha vieram jogar no Brasil. Caso do zagueiro Rivarola, que jogou em Grêmio e Palmeiras. Além disso, por conta da incrível campanha do Cerro, que ganhou os três turnos, a Federação Paraguaia decidiu mudar o regulamento a partir do ano seguinte:


"O Campeonato Paraguaio era disputado, na época, em três turnos, há alguns anos. O vencedor de cada turno decidia o título. Mas naquele ano ganhamos os três turnos. Então, acabou não acontecendo decisão. Antes de novembro, já éramos campeões e o campeonato só seguiu para saber quem seria o vice e quem mais iria para a Libertadores. A partir dali, acabaram mudando o regulamento", finalizou.

O sucesso de Valdir Espinosa no Cerro Porteño foi tão grande que ele voltou a dirigir a equipe em mais duas oportunidades, entre 1992 e 1993, conquistando título no primeiro ano e que depois o levou à Seleção Paraguaia, e em 2007, já sem grande sucesso. O ex-treinador faleceu 27 de fevereiro de 2020, vítima de complicações de uma cirurgia no abdômen.
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