Por Ricardo Pilotto
Foto: arquivo
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O estilo rigoroso de Paulo Amaral não deu certo com a Seleção Paraguaia
Neste dia 18 de outubro de 2021, Paulo Lima Amaral estaria completando 98 anos de vida hoje. Hoje, vamos lembrar a curta passagem do, ex-preparador físico e auxiliar técnico da seleção brasileira, pelo Paraguai como treinador. No comando da Albirroja, não conquistou nenhuma vitória e foi um fracasso, uma vez que não conseguiu atingir a meta de levar a equipe paraguaia para a Copa de 74.
No ano de 1973, a Liga Paraguaia de Futebol resolveu contratar o Paulo Amaral para comandar a seleção nacional nos confrontos diante da Argentina e da Bolívia, em partidas válidas pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1974, que seria realizada na Alemanha. No início do mês de março, Amaral chegou ao posto de treinador com o status de preparador físico do selecionado brasileiro bi-campeão mundial em 58 e 62, além de trabalhos como técnico de Juventus, Genoa, ambos da Itália, e do português Porto, além de grandes clubes do Brasil. Bastante conhecido por seu rigor, era justamente um dos fatores que estilo parecia combinar com o objetivo de ir para a Copa do ano seguinte.
Depois de um mês se preparando, o Paraguai jogou três jogos amistosos. No primeiro, sua equipe foi derrotada pelo Peru por 1 a 0, na capital Lima; no segundo compromisso, a Albirroja empatou com a seleção boliviana em 1 a 1 na altitude de La Paz e no segundo confronto com o time peruano, os paraguaios ficaram no 1 a 1, no antigo Estádio da Saxônia. Meses mais tarde, quando a seleção vermelha e branca veio para o Curitiba com o objetivo de disputar mais jogos amistosos com clubes do interior, a relação entre treinador e equipe começou a estremecer por conta das exigências do brasileiro aos jogadores.
No Sul do Brasil, Paulo tomou uma decisão corajosa ao excluir atletas como Alcides Sosa, Crispín Rafael Verza e Saturnino Arrúa, que eram os principais pilares do time, antes de um jogo no interior paranaense. Na chegada ao hotel onde a seleção ficaria hospedada, o então treinador bateu de frente com os três jogadores e os expulsou da equipe. Consequentemente, Amaral exigiu que os futebolistas voltassem ao Paraguai. Na tarde do mesmo dia, o delegado Ernesto dos Santos, fez a entrega das passagens aos três atletas. Porém, Félix Agüero, Cônsul do Paraguai em Curitiba, interveio os três de volta a delegação, mas não interferiu na formação.
Com um clima turbulento entre o comandante e os demais jogadores da seleção, a Albirroja perdeu o seu último amistoso realizado no Brasil para o Coritiba pelo placar de 1 a 0. Um dia após a partida, o time paraguaio retornou ao país com os três atletas reintegrados ao elenco. De volta ao Paraguai, Paulo Amaral foi afastado e substituído por Washington Echamendi, que não conseguiu levar os paraguaios para o Mundial.
Seu último jogo no comando foi em um confronto diante do Peru no dia 8 de abril de 1973, no estádio Puerto Sajonia, conhecido hoje como Defensores del Chaco. O jogo terminou empatado em 1 a 1 mesmo com os Incas jogando com dois jogadores a menos desde os 15 minutos de bola rolando na segunda etapa após as expulsões de José Navarro e Alfredo Quesada. Perto do apito final, o Paraguai acabou tendo Roberto Cino também expulso com o embate já entrando em sua reta final.
Dois anos após receber uma homenagem na CBF por fazer parte da comissão técnica da seleção campeã nos mundiais de 58 e 62, Paulo Amaral veio a falecer no dia 1 de maio de 2008. Ele foi vítima de um câncer, e morreu em sua casa localizada em Copacabana, no Rio de Janeiro.
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