Há 5 anos, artilheiro Willian marcava e Briosa empatava com o Mauaense na caminhada do título na Segundona

Por Victor de Andrade
Foto: Douglas Teixeira / Arquivo / Agência Briosa

Willian disputa a bola no jogo contra o Mauaense

A temporada de 2016 foi especial para a Portuguesa Santista, pois o clube conquistou o título do Paulistão da Segunda Divisão e saía do último escalão do futebol do estado, onde estava desde 2011. E no dia 10 de setembro daquele ano, a Briosa, no Ulrico Mursa, em Santos, empatava com o Mauaense, em 2 a 2, no jogo de volta das quartas-de-final, avançava na competição e dava mais um passo rumo ao acesso. Um dos gols naquele jogo foi marcado por Willian, de pênalti, que foi o artilheiro do certame, com 19 gols, e atualmente está no XV de Piracicaba.

Antes da competição, Willian tinha os direitos federativo ligado ao Santos e ele conta como foi parar na Briosa. "Cheguei no Santos em 2015 e no ano seguinte apareceu esta oportunidade de ser emprestado para a Portuguesa, pois foi feita uma parceria e o time B do Santos estava sem competição e eu não pensei duas vezes, pois queria jogar, aceitei ir para a Briosa e deu tudo certo".

O centroavante estreou na segunda rodada da competição, contra o União Mogi, onde a Briosa goleou por 4 a 0, e já balançou as redes. "Comecei bem, estreei saindo do banco e já fazendo gol. Porém, infelizmente, tive uma lesão no tornozelo logo em seguida e fiquei fora algumas rodadas. Porém, voltei contra o Atlético Mogi, fiz três na goleada por 7 a 0 e os gols foram acontecendo naturalmente. Nem eu imaginava que ao fim da competição eu me tornaria artilheiro do torneio, mas sabia que com meu esforço e dedicação poderia ajudar a equipe a conquistar os objetivos, que vieram no fim da competição. Foi a melhor fase da minha carreira".


Willian destaca alguns jogos importantes da campanha. "Para mim, todos os jogos foram importantes, mas alguns marcaram mais, como o jogo do acesso, contra o Taboão, que foi muito difícil, e a final, contra o Desportivo Brasil, que tinha sido o único time que tinha nos vencido em toda a competição e fizemos um grande 3 a 0 para coroar a conquista. Além desses, destaco o jogo que fiz três gols e contra o Tupã, fora de casa, que teve uma pressão grande da torcida adversária, mas tivemos raça, vencemos por 2 a 0 e marquei o primeiro", explica.

Falando do jogo de volta das quartas, contra o Mauaense, Juninho tinha feito 1 a 0 no primeiro tempo e Willian, aos 15' do segundo tempo, ampliou. "Tivemos um pênalti e bati cruzado. Os 2 a 0 nos dava uma tranquilidade, já que tínhamos vencido em Mauá por 1 a 0. Porém eles empataram a partida. Lembro de um lance onde a bola ficou em cima do banco de reservas e o próprio jogador do Mauaense subiu para pegar a bola. Foi uma loucura aquela partida", afirma.

Willian destaca também o empate do Mauaense no jogo e como a equipe reagiu. "Na hora que tomamos o gol de empate foi um choque. Porem, olhamos um para o outro e dissemos 'acorda, vamos, não podemos deixar escapar'. Havíamos lutado tanto e não poderíamos deixar o acesso escapar. Com isto, conseguimos conduzir a partida e a classificação veio. Futebol tem que ter aquela emoção, o frio na barriga, e no fim conseguimos os objetivos", diz.

O centroavante fala como era a confiança da equipe. "Fomos conquistando confiança no dia-a-dia. Todos se tratavam bem e não tinha vaidade. Tanto que não tinha aquela de "ah, você veio do Santos...", por exemplo. O grupo se fechou e ficou focado nos objetivos. Logo nos primeiros jogos fomos nos entrosando, pegando confiança e na metade do campeonato percebemos que podíamos chegar no acesso. A Portuguesa merecia!".


E a Portuguesa Santista não só conquistou o acesso, como ficou com o título. E Willian tem lembranças marcantes do jogo final, onde abriu o marcador. "Até hoje vejo aquele gol de cabeça, depois do cruzamento do Fernando. Joguei com a camisa da torcida por debaixo e tirei a camisa na hora de comemorar o gol, na emoção. Foi um grande jogo sobre o Desportivo Brasil, que tinha sido o único time que tinha nos vencido, e os 3 a 0 coroaram toda a campanha. Até me arrepio quando lembro e quero deixar todo o meu carinho e abraço para os torcedores da Briosa, todos os membros da Comissão Técnica, diretoria do clube que estavam naquela época e imprensa que cobria o time", comenta o artilheiro. 

O acesso e título daquele 2016 até hoje emocionar o centroavante. "Essa passagem que tive pela Portuguesa Santista foi boa demais e ficou marcada na minha carreira. Todos da família lembram deste tempo, sempre falam dos jogos. Até hoje tenho os troféus de melhor em campo, dados pelo radialista Walter Dias, e recortes de jornais guardados. Estou atualmente no XV de Piracicaba, com o meia Carlos Alberto e sempre lembramos desta campanha e ele diz que foi o melhor acesso da carreira dele. Foi uma campanha que poucos conseguem e nunca vou esquecer destes dias na Briosa", finaliza Willian.
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