Foto: Divulgação/Seleção Portuguesa
Cristiano Ronaldo destruiu mais um recorde
Poucas frases envelheceram tão mal no futebol quanto a campanha "Só há um Ronaldo" feita pela Nike e pelo Corinthians. Uma homenagem ao eterno Fenômeno, a frase era uma espécie de provocação ao português Cristiano Ronaldo, na época ídolo do Manchester United e melhor jogador do mundo. Pois bem, pouco mais de uma década depois, a máquina, a "Besta enjaulada com ódio" bateu mais um recorde e se tornou o maior artilheiro de uma seleção na história do futebol. No dicionário do Gajo, as marcas existem para serem quebradas.
Falar de Cristiano Ronaldo é chover no molhado. Habilidoso e driblador no início de carreira, o craque se converteu num artilheiro nato no Real Madrid, porém sua mentalidade vencedora levou o time Merengue ao topo como poucos imaginavam ser possível numa época onde os Galácticos competiam com o Barcelona de Messi. Um áudio de um brasileiro virou um meme na internet, mas é um fato: "ele vence, vence e vence". Seja coletivamente, com a Eurocopa, a Liga das Nações e sendo o comandante mental de um time que colocou Portugal entre as seleções fortes do futebol ou seja no individual, com as tantas marcas quebradas.
Ali Daei, eterno para os iranianos, um craque alternativo, tinha uma marca difícil de ser batida pela sua seleção, com 109 gols e a artilharia histórica. Cristiano Ronaldo mandou o tão antigo recorde do iraniano para o espaço na tarde desta quarta, marcando, no apagar das luzes, os gols da virada portuguesa diante da Irlanda nas eliminatórias da Copa do Mundo. Gols que explodiram um estádio e colocaram no nome do Gajo mais uma marca na história do futebol. Agora, além de tudo, Cristiano é o maior artilheiro de uma seleção, com 111 gols.
É difícil imaginar a que barreira o Gajo pode chegar. Já experiente, ele parece ser como um vinho, que quanto mais velho fica, mais recursos acha para tornar seu jogo mais mortal. Se não é o driblador do início de carreira, é um finalizador nato, além de ser ótimo em criar jogadas para os companheiros em um toque. É claro que um time com ele necessariamente precisa jogar em função do camisa 7, mas o "Lendário" justifica tal sistema com gols, marcas, títulos e com uma mentalidade vencedora voraz, quase inigualável na história do esporte.
Há quem ache absurda a comparação com o Fenômeno brasileiro e provavelmente na questão de plasticidade de jogo ela é mesmo. Ronaldo, o brasileiro no caso, era um verdadeiro cometa quando novo, assombrou o planeta e tinha um estilo de jogo quase imparável que é em imagem muito semelhante ao que Messi fazia há alguns anos. Porém, o camisa 9 da Amarelinha, que decidiu uma Copa do Mundo, enorme na maior seleção do planeta, jamais conseguiu por clubes ser nem próximo do que é o seu "xará" português, o maior artilheiro da história do Real Madrid, que é provavelmente o maior clube do planeta, o ídolo da torcida do Manchester United. Como humano, o Gajo também teve uma falha, recentemente, em uma passagem boa, porém esquecível, pela Juventus.
De volta a sua "casa", ao clube que o projetou no futebol, o Manchester United, o maior jogador da história de Portugal parece caminhar para a apoteose de sua carreira, para tristeza de todos que acompanham o futebol. Tanto ele quanto Messi, da dicotomia que marcou os últimos 20 anos do mundo bola, estão perto do fim de suas trajetórias. Cada partida do português pelos Red Devils será um agridoce momento de lembrança e de tristeza inevitável pelos últimos gols de uma trajetória histórica, seja lá onde o Gajo levar o gigante vermelho. Porém, este artigo se conclui com a frase título que definitivamente é fato: Não, não há só um Ronaldo na história do futebol.
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