O início de Élber no futebol europeu pelo Grasshopper

Por Ricardo Pilotto
Foto: arquivo

Élber atuando pelo Grasshopper

Nesta sexta-feira, 23 de julho, o ex-centroavante Élber está completando 48 anos. O artilheiro teve uma carreira brilhante no futebol europeu, principalmente na Alemanha. Porém, o início da história dele no Velho Continente tem ligação com a Suíça, quando defendeu Grasshoper por três temporadas.

Após ser revelado nas categorias de base do Londrina e jogar no time profissional do clube paranaense por um ano, Élber foi contratado pelo Milan em 1991. Como a equipe Rossonerri vivia um bom momento quando contratou o jogador, o jovem de 19 anos de idade acabou não tendo espaço dentro do elenco. Por isso, o clube italiano decidiu fazer um acordo de empréstimo com o Grasshopper envolvendo o atleta por um ano para ganhar mais experiência.

Aquilo que seria um ano de empréstimo ser transformou em três. Mas isso não interferiu em nada, já que o jogador sabia de tudo o que precisaria fazer em seu novo time. Mesmo com as dificuldades de não saber falar o idioma local, não conseguir se manter informado com o que acontecia em sua terra natal e jogar em uma liga fraca, conseguiu se adaptar a sua nova casa.

Os torcedores tinham a expectativa de que Élber fizesse jus ao nome do clube, já que na tradução livre para a língua portuguesa, Grasshopper significa gafanhoto, que para muitos é uma praga sempre associado ao suposto fim do mundo. O brasileiro tinha como tarefa causar uma tremenda destruição na equipe adversária.

Naquela temporada, o clube que adquiriu o jovem de 19 anos era o atual campeão suíço e tinha como principal objetivo justificar o seu nome e manter o apetite insaciável e conquistar o campeonato local, além de ir o mais longe possível na antiga Copa dos Campeões da Europa. Mas justamente no campeonato continental, acabou parando no primeiro play-off após os confrontos diante do Anderlecht pelo placar de 4 a 1, sem sequer poder contar com o jogador brasileiro, pois ainda não havia estreado.

Seu primeiro jogo foi diante do St. Gallen, em partida válida pela 13ª rodada do campeonato nacional, mas acabou não deixando sua marca. Élber precisou sete jogos para marcar o seu primeiro tento. Em um embate diante do FC Wettingen, Élber jogando junto de Alain Sutter e Ciriaco Sforza, conseguiu fazer dois gols.

Na época, o campeonato suíço era dividido em duas partes. A primeira previa que todas as 12 equipes presentes na competição se enfrentassem e os oito melhores passassem para a próxima fase. Estes quatro clubes que não conseguiriam a classificação, teriam de disputar a manutenção na elite jogando contra clubes das divisões inferiores. A equipe de Élber foi vice-líder na primeira fase, mas caiu uma posição na seguinte, acabou ficando atrás de clubes como Sion e Neuchâtel Xama. Foi justamente aí que o brasileiro brilhou e conseguiu marcar seis tentos em 13 jogos disputadas.

Logo na temporada seguinte, o time não funcionou tão bem de maneira coletiva, mas ainda sim foi o suficiente para o atacante. Ao contrário da temporada anterior, a equipe do Grasshopper terminou na nona colocação e consequente além de não se classificar, teve de lutar para ficar na primeira divisão. De 30 partidas, Élber conseguiu marcar 25 gols e com destaque também para os 14 feitos em 9 jogos da fase de repescagem. Na Copa da UEFA, a equipe suíça foi eliminada pela Roma na segunda eliminatória da competição continental. Entretanto, foi durante a mesma, que Élber fez um de seus melhores jogos com a camisa dos Gafanhotos.

No confronto eliminatório diante do Sporting de Lisboa pelo campeonato do velho continente, Élber conseguiu fazer outra grande apresentação. Após perder o primeiro jogo por 2 a 1 para os Leões em casa, o Grasshopper precisar reverter o resultado adverso na casa do oponente. Para o bem da equipe suíça, o atacante brasileiro estava em uma noite inspirada, fez com que a classificação viesse ao marcar o primeiro tento do jogo e o terceiro do time na partida no período da prorrogação para dar a classificação para a equipe.


Em sua última temporada pelo time suíço, Élber conseguiria finalmente se consagrar como um "Legítimo Gafanhoto", já que conseguiria vencer seu primeiro e único título com a camisa do clube que havia acabado de ser campeão pouco antes de sua chegada. Na temporada 1993-1994, focou suas atenções nas competições nacionais e ajudou o time a terminar a primeira fase na primeira colocação fazendo 21 gols em 27 confrontos. O Grasshopper foi vice campeão do campeonato nacional. Na copa doméstica, os Gafanhotos tiveram de passar por clubes como Freienbach, FC Gossau, Lugano, FC Baden, o maior rival FC Zürich com o atacante brasileiro sendo decisivo novamente ao marcar gol no fim da partida Schaffausen na final.

Após sua passagem de três anos pelo Grasshopper, se transferiu para a Alemanha e jogou pelo Sttugart também por 3 temporadas. Mais tarde foi para a Bavária e se tornou jogador do Bayern de Munique por 6 anos. Na sequência, foi em busca de desafios na França e rumou para o Lyon, clube por onde ficou 2 anos. Retornou ao país alemão, mas dessa vez para defender o Borussia Mönchengladbach, clube por onde teve uma curta passagem. Foi então que em 2006, Élber voltou para o Brasil e encerrou sua carreira como jogador de futebol profissional no Cruzeiro.
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