Há 27 anos, Brasil batia a Suécia e garantiria vaga na final da Copa do Mundo

Por Ricardo Pilotto
Foto: arquivo Fifa

O baixinho Romário subindo mais que os 'gigantes' suecos para fazer o gol

Nesta terça-feira, dia 13 de julho de 2021, se completam 27 anos da vitória do Brasil nas semifinais da Copa do Mundo de 1994, realizada nos Estados Unidos, diante da Suécia. A seleção canarinho venceu os escandinavos pelo placar de 1 a 0 e ficaria apenas a uma vitória do tetracampeonato.

Após eliminar os anfitriões Estados Unidos por um a zero nas oitavas de final e a Holanda pelo placar de três a dois nas quartas, a Amarelinha chegava como uma das grandes favoritas para conquistar o tetracampeonato mundial. Por outro lado, a equipe sueca venceu a Arábia Saudita por três a um nas oitavas de final e a Romênia nas penalidades após um empate em dois a dois no tempo normal e nos 30 minutos extras. Vale lembrar que as duas seleções tinham se enfrentado na última rodada da primeira fase, em Detroit, e empataram em 1 a 1.

Os 90 minutos – Logo no início da partida, realizada no Rose Bowl, em Pasadena, a Amarelinha mostrou sua superioridade, e com apenas dois minutos de jogo, Romário chutou uma bola no ângulo direito, assuntando o goleiro Ravelli. Na marca dos 7 minutos, Branco levou perigo e pouco tempo depois seria a vez de Zinho arriscar. Outra chance mais clara aconteceria aos 25 minutos, quando o camisa 6 acertou um passe maravilhoso para o campo ofensivo até Romário, que estava na entrada da grande área sueca. Assim que a bola chegou ao seu domínio, o Baixinho conseguiu se desvencilhar da forte marcação de três escandinavos que o cercavam, tirou o goleiro da jogada e chutou, mas Patrick Andersson conseguiu evitar o primeiro gol da partida em cima da linha. No rebote, Mazinho até balançou a rede, mas pelo lado de fora.

Mostrando que Branco e Romário estavam em grande sintonia dentro do jogo, os dois brasileiros conseguiram criar outra grande jogada pelo lado esquerdo. Novamente o camisa 6 aproveitou o corredor que tinha, partindo em velocidade e assim que percebeu o camisa 11 teria melhores condições de dar continuidade ao lance, fez o lançamento. O Baixinho conseguiu fazer o domínio mesmo marcado, se deslocou para o lado esquerdo e bateu cruzado com a perna canhota, mas a bola acabou indo para fora. Com 32 minutos, foi a vez de Bebeto dar um bom passe para Romário em um contra-ataque. O jogador do Barcelona conseguiu fazer o drible para cima de Ravelli, mas acabou se perdendo na hora da passada e o goleiro sueco teve tempo de se recuperar para evitar aquele que seria o primeiro tento brasileiro no jogo.

Enquanto isso, a Suécia havia chegado apenas uma vez a meta brasileira, mas não o suficiente para assustar Por outro lado, o Brasil ainda oferecia perigos para o goleiro escandinavo ao fim do primeiro tempo com finalizações de Bebeto e Mazinho da entrada da grande área. Mesmo com o grande ímpeto ofensivo e o grande número de situações de gol criadas pela Amarelinha, a primeira metade do confronto terminou com o placar em branco.

No intervalo, Carlos Alberto Parreira reforçou o setor ofensivo trocando Mazinho por Raí, com a intenção de ganhar mais qualidade no momento de finalizar as jogadas. A alteração surtiu efeito rapidamente e logo com um minuto de bola rolando no segundo tempo, o jogador do Paris Saint-Germain fez uma linda tabela com o camisa 11, mas Ravelli conseguiu bloquear a finalização e impediu que o Brasil novamente abrisse o marcador.

Conforme o tempo ia passando e a bola não balançava as redes do gol sueco, os jogadores brasileiros continuavam persistindo mas em contrapartida, o nervosismo começou a ficar cada vez mais evidente. Os escandinavos continuaram sem conseguir resolver os problemas de marcação e encaixes de jogadas ofensivas. Das poucas oportunidades criadas, não machucava a Amarelinha. A seleção sul-americana continuava com uma forte marcação e conseguia anular o setor ofensivo adversário.

O grande número de erros no famoso "último passe" fez com que a equipe canarinho não conseguisse ter o mesmo repertório ofensivo em relação a primeira etapa, mas ainda sim ofereceu muitos perigos e exigiu grandes defesas do goleiro sueco, a ponto de defender chutes de Zinho e Romário que iriam no ângulo. Aos 17 minutos, os escandinavos perderiam Thern, que receberia cartão vermelho por falta dura em cima do capitão Dunga. A partir deste momento, o jogo passou a ter uma outra história.

Como em todo o primeiro tempo, a Suécia deu um chute a meta de Taffarel com Ljung aos 29 minutos. O camisa de número 5 arriscou uma finalização a longa distância, mas o goleiro brasileiro fez a defesa. Em um jogo sem gols e se encaminhando para a prorrogação, o Brasil conseguiu finalmente colocar a bola no fundo do gol de Ravelli aos 35 minutos com Romário. Jorginho passou para Bebeto pelo lado direito do ataque, o camisa 7 levantou a bola na segunda trave para o Baixinho que conseguiu subir mais alto do que Nilsson e Andersson para empurrar a bola para o gol e encaminhar a classificação brasileira para a grande decisão.


Com pouco tempo restante para tentar reagir, os jogadores da equipe sueca tiveram que sair mais para o jogo e, consequentemente, deixaram espaços para os brasileiros tentarem matar o confronto. Romário e Bebeto tiveram chances de ampliar o placar, mas ambos os chutes acabaram raspando a trave de Ravelli.

Para muitos, o placar magro de 1 a 0 a favor da Seleção Brasileira foi pouco, pelo fato da equipe canarinho ter criado diversas chances, mas só ter conseguido balançar as redes apenas uma vez. Segundo, Carlos Alberto Parreira, treinador do Brasil, este jogo da semifinal diante da Suécia foi o mais fácil de toda a campanha. O adversário da Amarelinha na decisão sairia do vencedor do confronto entre Bulgária e Itália. No mesmo dia, os jogadores da equipe canarinho saberiam que para conquistar o tetracampeonato mundial, teriam que superar a Squadra Azzurra, que venceu os Búlgaros por dois a um, na grande final.
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