Com informações do GE e UOL
Foto: divulgação CBF
Rogério Caboclo, momentaneamente, não é mais presidente da CBF. O dirigente foi afastado por 30 dias, neste domingo, por uma decisão da Comissão de Ética, após uma funcionária da entidade o ter acusado de assédio sexual e moral. Ele nega. A entidade já foi notificada da decisão.
Com o espaço vago, quem volta ao comando da CBF, no papel, é o vice-presidente mais velho da entidade, Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes. Caboclo e a CBF já foram notificados da decisão.
Os membros da Comissão de Ética enviaram a ordem à diretoria da CBF para que o dirigente fique fora do cargo por pelo menos 30 dias — com possibilidade de prorrogação — para se defender devidamente da denúncia de assédio moral e sexual, protocolada por uma funcionária da CBF na última sexta-feira, como informado primeiramente pelo GE.
Esse era o movimento da Comissão de Ética já era esperado pela diretoria da CBF, que se uniu para apoiar a saída de Caboclo do poder neste momento e instou o órgão a se manifestar. A articulação recente envolveu cinco dos oito vices da entidade. O agora presidente afastado tentou resistir enquanto pôde e se viu contrariado. Mas deu sinais de que continuará lutando para ficar no cargo.
A diretoria da CBF tem o poder de executar o afastamento com base no artigo 143 do Estatuto da CBF: "Nos casos de urgência comprovada, a Diretoria da CBF poderá afastar, em caráter preventivo, qualquer pessoa física ou jurídica direta ou indiretamente vinculada à CBF que infrinja ou tolere que sejam infringidas as normas constantes deste Estatuto ou do Estatuto da FIFA ou da CONMEBOL, bem como as normas contidas na legislação desportiva e nos regulamentos da CBF".
Em carta enviada no sábado, o diretor de Governança e Conformidade da CBF, André Megale, enviou uma carta a Caboclo na qual recomenda que o presidente se licencie por tempo determinado. Megale argumentou que seria uma forma de preservar "todos os envolvidos na denúncia, permitindo que a CBF possa continuar a desempenhar suas atividades, em benefício de toda comunidade do futebol brasileiro".
A defesa de Rogério Caboclo responde que "ele nunca cometeu nenhum tipo de assédio e vai provar isso na investigação da Comissão de Ética".
A troca na presidência da CBF se dá às vésperas de uma Copa América trazida para o Brasil após o "sim" dado por Caboclo à Conmebol. O dirigente se aliou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, para organizar o torneiro em solo brasileiro. Mas o modus operandi dessa confirmação trouxe um problema dentro da própria seleção brasileira, a ponto de jogadores e comissão técnica demonstrarem diretamente a Caboclo a insatisfação com o cenário.
Com a saída de Caboclo, a expectativa de quem fica à frente da CBF é apaziguar os ânimos na seleção, especialmente com o técnico Tite, para que a disputa da Copa América avance com menos problemas.
O afastamento de Caboclo aumentará a lista de presidentes da CBF que, por motivos diversos, não cumpriram seu mandatos por completo. Envolvido em denúncias de corrupção, Ricardo Teixeira renunciou em 2012. Preso no Fifagate, José Maria Marin foi banido pela Fifa em 2015. Esse foi o mesmo destino que Marco Polo Del Nero: depois de um afastamento temporário em 2017, o banimento veio em 2018.
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