Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo
Frank Borghi defendendo o gol norte-americano na Copa do Mundo de 1950
Nesta sexta-feira (9), Frank Borghi, goleiro da seleção dos Estados Unidos da Copa do Mundo de 1950, estaria completando 96 anos de idade se estivesse vivo. O guarda metas foi o protagonista em uma das maiores zebras da história de todos os mundiais.
Antes de tornar jogador, Frank teve muitos momentos marcantes em sua vida. Quando jovem, teve de ir ao front para ajudar o exército norte americano que estava combate na Segunda Guerra Mundial. Após alguns meses do ataque a Pearl Harbor, o jovem de 18 anos viajou para a Europa e chegou até a trabalhar de paramédico durante praticamente três anos de conflito. Recebeu cinco títulos de honra por ter salvado muitos compatriotas que guerrearam. No ano de 1945, Frank finalmente conseguiria voltar aos Estados Unidos para iniciar sua carreira como jogador de Beisebol.
Borghi chegou a ser catcher nas ligas menores pelo time do St. Louis Cardinals, jogando em categorias de base do clube que disputava a Major League Baseball (MLB) na época. Enquanto ainda continuava a sua carreira semiprofissional, ajudava sua família trabalhando na funerária que sua família tinha, dirigindo carros fúnebres.
Como a modalidade do Beisebol era praticada apenas no verão, todos que praticavam tal esporte tinham como costume, jogar futebol para se manterem em forma. Foi neste momento, que Frank descobriu seu talento para ser goleiro. O primeiro time do arqueiro foi o St. Louis Simpkins-Ford, time de futebol amador dos Estados Unidos. Conseguiu vencer dois títulos da US Open Cup com o clube.
Além do arqueiro, mais 5 jogadores do time seriam convocados, fazendo com que o time fosse base da seleção do Estados Unidos para a Copa do Mundo de 1950. Naquele conjunto, muitos jogadores eram amadores. Ali, se encontravam carregadores, lavadores, carteiros e professores. Aquela equipe teria apenas 10 dias de treino para se preparar pro mundial disputado no Brasil.
Na estreia da competição, os Estados Unidos jogou contra a seleção da Espanha, no estádio Durival Britto, em Curitiba. O resultado não foi favorável aos norte americanos. A partida terminou em 3 a 1 para os espanhóis, que chegariam ao quadrangular final da competição.
A partida entre Estados Unidos contra a Inglaterra, considerada a maior zebra da história das Copas, aconteceu na segunda rodada da fase de grupos do mundial. Momento antes da bola começar a rolar, a meta dos norte americanos era não sofrer tanto prejuízo, ou seja, tomar muitos gols. Mas graças a uma ótima atuação de Frank Borghi que conseguiu parar finalizações de Tom Finney e Stanley Mortensen, a seleção dos Estados Unidos acabou não sofrendo nenhum tento da super seleção inglesa.
A Inglaterra também já havia acertado a trave duas vezes com apenas 12 minutos de jogo. O resultado final foi um a zero para os Estados Unidos, com gol de Joe Gaetjens, na marca dos 38 minutos do primeiro tempo. Tanto a seleção norte americana como a inglesa não conseguiram se classificar para a fase seguinte da Copa do Mundo.
Na última rodada da primeira fase, a seleção norte americana enfrentou a seleção do Chile, no Maracanã. O time dos Estados Unidos não conseguiu fazer uma grande atuação e foi massacrada pela seleção da América do Sul. O placar final foi de 5 a 2 para os chilenos. Por conta disso, a seleção dos Estados Unidos seria eliminada na fase inicial do mundial de 50.
Mesmo com a grande atuação naquele mundial, Borghi acabou não tendo um futuro muito longo no futebol. Por isso, continuou trabalhando na firma funerária de sua família como antes de entrar para o esporte. Entrou no Hall da Fama no ano de 1976, e foi interpretado Gerard Butler no filme Duelo de Campeões, que contava a história do fato milagroso que aconteceu no estádio do Independência no dia 29 de junho de 1950. Foi no dia 3 de fevereiro de 2015, que Frank Borghi viria a falecer. O ex-goleiro da seleção norte-americana tinha 89 anos de idade e sofria com Alzheimer.
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