Futebol nos Jogos Pan-Americanos de 1975 - O ouro dividido

Por Luiz Lordello
Foto: arquivo

Seleção Brasileira do Pan de 1975: goleada por 14 a 0 e ouro dividido com o México

Em 1975, ocorria a sétima edição dos jogos Pan-Americanos, torneio marcado pela única vez na história em que houveram dois campeões. A Seleção Brasileira conquistou a medalha de ouro na modalidade de futebol masculino, ao lado dos donos da casa, o México, em partida suspensa quando estava 1 a 1. A premiação, que foi dividida com os mexicanos, após empate no tempo normal e prorrogação, decidiram 'repartir' o título, ao invés de fazer a decisão por pênaltis, fato ocorrido por uma série de fatores, mas, um dos principais, por iniciativa de brasileiros, a edição teve dois vencedores.

O palco da grande final, foi o estádio Azteca, localizado na cidade do México, que contou com mais de 100 mil torcedores, no emblemático 14 de julho de 1975, em partida que foi paralisada duas vezes durante a prorrogação. Segundo o site RSSSF.com, o jogo foi temporariamente interrompido por oito minutos durante o primeiro período do tempo extra depois que um torcedor entrou no campo com a bandeira do México. Aos três minutos da segunda etapa da prorrogação, a partida foi novamente interrompida, mas, desta vez, devido a uma falta de energia elétrica, que não conseguiu ser solucionada por um longo período.

Depois do atraso, foi anunciado que a premiação seria dividida, e os jogadores de ambas equipes receberiam as medalhas de ouro em campo. No dia seguinte, o comitê organizador (depois de consultar a FIFA) anunciou que o jogo deveria ser repetido em 29 de outubro do mesmo ano. No entanto, a delegação brasileira já havia retornado ao Brasil, como naquele período o Panamericano era disputado por atletas amadores, os brasileiros argumentaram que um novo encontro seria inviável, já que aquela edição dos Jogos Pan-Americanos já tinham oficialmente fechado. Com isso, foi decretado o título para ambas as nações.

Mesmo com a regra olímpica da competição naquela época, a amarelinha contou com nomes que fizeram sucesso no futebol, como o goleiro Carlos, o zagueiro Edinho, o meia Batista e o atacante Cláudio Adão, apesar de todos serem apenas atletas amadores na ocasião. A equipe tinha caído no Grupo D da competição, ao lado de Costa Rica, El Salvador e Nicarágua e fez as partidas no Estádio Azteca, que tinha sido palco do terceiro mundial, cinco anos antes.

Na fase de grupos, a seleção brasileira confirmou o favoritismo contra todas as equipes, em especial, diante da Nicarágua, embate emblemático marcado pela maior goleada da amarelinha, 14 a 0. O resultado histórico, fez com que o Brasil fosse para a segunda fase da competição com muita força.


Após histórica goleada, o time goleou a Bolívia (6 a 0) empatou com Argentina (0 a 0) e novamente voltou a fazer um placar dilatado, marcando 7 a 0 em Trinidad e Tobago, garantindo seu lugar na decisão, onde o empate com o México, em 1 a 1, fez com que a medalha de ouro fosse dividida. Porém, a Fifa não considera esta conquista, pois a partida não terminou, mas a Odepa, organizadora dos Jogos Pan-Americanos, conta a medalha de ouro no quadro da entidade.

A edição de 1975, foi o segundo título de ambos os times naquela oportunidade. O Brasil, já havia conquistado o torneio continental em 1963, e o México, em 1967. Depois do ouro compartilhado, as duas seleções, carregaram a medalha mais cobiçada por mais duas vezes, os brasileiros em 1979 e 1987. Já os mexicanos, em 1999 e 2011, ambos contém quatro medalhas de ouro. O maior vencedor é a Argentina, conquistando o título em sete oportunidades.
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