Por Lucas Paes
Foto: André Durão/Globoesporte
Duelo aconteceria em São Januário
Recentemente, devido a escalada quase exponencial dos números da pandemia do coronavírus no Brasil, que bateu seu recorde de mortes nesta última terça-feira, dia 23 e vê o sistema de saúde à beira de um colapso, o estado de São Paulo entrou num lockdown mais rígido para tentar conter a propagação do vírus, o que causou o adiamento de partidas das três divisões do Paulistão. Insatisfeita, porém, a Federação Paulista de Futebol tenta de todas as formas levar jogos do Paulistão da Série A1 para fora do estado e uma partida em particular virou uma novela: o duelo entre Santos e Ponte Preta. Um claro reflexo do que virou o futebol na pandemia.
O duelo, que estava inicialmente adiado assim como outras partidas do Paulistão, foi marcado pela FPF para o Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, assim como o duelo entre Corinthians e Mirassol, que ocorreu na terça-feira. O Peixe foi pego de surpresa pela notícia, enquanto se programava para treinar em Atibaia, já que Santos também está em um lockdown mais rígido ainda que o estadual. Até ai, apesar da confusão, tudo estava "certo", com o Santos se programando para dividir o grupo de atletas: uma parte viajaria a Atibaia e outra iria ao jogo em Volta Redonda.
Porém, pouco depois do anuncio do jogo, a Prefeitura de Volta Redonda voltou atrás na decisão de receber a partida, possivelmente pressionada pela população local e o duelo entre Peixe e Macaca ficou novamente sem ter onde ser disputado. Assim, na tarde de terça, a FPF então marcou o jogo para o Estádio de São Januário, na capital carioca, adicionando mais um capítulo nessa história que já parece um filme dos saudosos trapalhões
Porém, ainda na terça-feira, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que não permitira mais nenhuma partida na cidade. Com isso, inclusive jogos da Copa do Brasil terão de ser adiados, além, é claro, do duelo entre Santos e Ponte Preta. Assim, na tarde desta quinta-feira, dia 24, a FPF enfim soltou nota que o jogo está suspenso, sem dar muitos detalhes, num curto parágrafo que nada mais é do que a confirmação do que já se sabia, ou seja, a partida está, por enquanto, "cancelada".
Resumindo a ópera, até aqui seguimos na indefinição sobre o acontecimento ou não da partida entre Santos e Ponte Preta, já que está claro que a FPF fará de tudo para que a partida ocorra. A situação toda do futebol no Brasil é pitoresca, com um recente áudio de Rogério Caboclo, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, vazando e deixando claro que a entidade fará de tudo para que os jogos continuem, com possíveis consequências a quem discordar. Toda a confusão tem clara relação com o bagunçado calendário nacional, que ficará bem amordaçado com adiamento de jogos.
Envolvidos no meio dessa maré de decisões e indecisões, os clubes e jogadores são os maiores prejudicados. Maioria imensa dos atletas do esporte bretão no país, os jogadores de times menores veem seu ganha pão podendo ser adiado sem uma possibilidade de auxílio. Apesar de numa situação mais tranquila, jogadores de Santos e Ponte seguem na incerteza dos próximos passos, podendo, quase que literalmente, serem chamados de uma hora para outra para uma partida entre as equipes. É muito irônico, para não dizer absurdo, que este mesmo lugar ainda seja chamado de país do futebol.
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