Tim e a relação com o Botafogo de Ribeirão Preto

Foto: arquivo

A história de Tim no futebol começa no Botafogo de Ribeirão Preto

Elba de Pádua Lima, o Tim, é um dos maiores personagens da história do futebol brasileiro. Nascido em um 20 de fevereiro, no ano de 1916, ele foi o "El Peón" como jogador, passou a ser o "Estrategista" como treinador, mas toda essa caminhada no esporte bretão começou no Botafogo de Ribeirão Preto.

Nascido na cidade de Rifaína, Tim perdeu o pai muito cedo, com apenas sete anos. Isso fez com que ele se mudasse com a mãe para a Vila Tibério, tradicional bairro de Ribeirão Preto. Foi lá que ele descobriu que tinha talento para o futebol. Em 1928, quando tinha apenas 12 anos, após várias peladas nas cercanias de onde morava, foi levado ao Botafogo.

No Pantera, foi ganhando destaque nas equipes de base e em 1934, com apenas 18 anos, foi alçado para a equipe principal. Com seu bom futebol, desbancou o maior craque do time até então, o atacante Piquetote, tornando-se, assim, ídolo da torcida botafoguense.

No ano seguinte, foi vendido para a Portuguesa Santista, pela quantia de quinhentos mil réis, onde sua carreira viria a deslanchar. Com o bom futebol apresentado na Portuguesa Santista, que ficou em terceiro lugar no Paulistão de 1936, Tim alcançou a Seleção Paulista, onde conquistou o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, vencendo o Rio Grande do Sul no Estádio São Januário do Rio de Janeiro 2 a 0, em 2 de agosto.

Em dezembro, chegou à Seleção Brasileira, participando do grupo que foi ao Campeonato Sul-Americano de 1937. Foi nessa competição que ganhou o apelido de El Peón, por "conduzir o time brasileiro como um peão (peón) conduz a sua manada".

Quando retornou ao Brasil, após o Sul-Americano, decidiu ficar perto da família e voltou a defender o Botafogo, mas ficaria apenas pouco mais de quatro meses no time ribeirão-pretano: em abril de 1937, transferiu-se para o Fluminense, quando lhe foram ofertados vinte contos de réis e mais um conto mensal. No Flu, viveria o auge de sua carreira, formando com Romeu Pellicciari "uma das duplas mais famosas do futebol brasileiro". Foi no Flu onde foi convocado para a Copa do Mundo de 1938.

Depois do Fluminense, passou pelo Nacional paulistano, São Paulo e Olaria, onde pela primeira vez teve sua experiência como treinador, acumulando também a função de jogador. Em 1947, ele volta mais uma vez ao Botafogo e continua atuando nas duas frentes, assim como foi no time do Rio de Janeiro.


A decisão de voltar ao Botafogo foi explicada assim ao Diário Popular: "O futebolista no Brasil conta com muita coisa a seu favor, mas tem ainda mais elementos contra. Um deles: a incompreensão do dirigente. Outro: a ingratidão do público. Acho, por isso, que se deve trabalhar para que a situação do 'ás' seja diferente. Ingressando como técnico do Botafogo, tudo farei para levantá-lo e para o bem do futebol de Ribeirão Preto."

Em 1948, ele ainda sairia do Botafogo e foi defender o Atlético Junior Barranquilla, na Liga Pirata Colombiana, onde também acumulou as funções de jogador e treinador. Em 1950, "pendurou as chuteiras e foi de vez para o banco, onde teve carreira de sucesso, conquistando vários títulos, inclusive um Campeonato Argentino pelo San Lorenzo, e ainda levou o Peru para a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Tim morreu em 1984, de insuficiência hepática seguida de hemorragia gástrica, menos de três anos após a campanha histórica com a Seleção Peruana nas Eliminatórias da Copa de 1982. Mais de cem pessoas compareceram a seu enterro, no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, onde foi enterrado.
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