Por Lucas Paes
Foto: Ivan Storti/SFC
Pará pode ser campeão da América pelo Santos novamente
Quando Marcos Rogério Ricci Lopes, mais conhecido como Pará, retornou ao Santos Futebol Clube em meio a uma temporada muito boa em 2019, pouco se esperava do antigo lateral santista que não vinha de uma passagem espetacular no Flamengo, apesar dos muitos jogos vestindo rubro-negro. Porém, em meio a espetacular campanha do Santos na Libertadores de 2020, que terminará no fim de janeiro de 2021, o lateral-direito virou um dos destaques da equipe e fez partidas espetaculares ao lado da defesa santista. Agora, o jogador pode se tornar um dos brasileiros com três títulos caso o Peixe seja campeão, além de ter 50 jogos dentro da competição.
Como um reserva que entrou bastante em 2011, Pará foi de certa forma importante na conquista da Libertadores da América pelo Peixe. Naquele time, inicialmente Jonathan, antes de se machucar, era o titular da posição. Depois, o atual camisa 21 santista chegou a atuar, mas logo a faixa foi ocupado pelo polivalente Danilo, que de quebra fez gols importantíssimos na campanha. Na final, porém, uma das imagens que ficou para sempre carinhosamente guardada com o torcedor do Alvinegro Praiano foi do ex-Santo André com uma faixa de desenhos referentes ao Japão na cabeça.
Depois de 238 jogos com a camisa do Alvinegro Praiano, em atuações que ocorreram entre 2008 e 2012, Pará foi para o Grêmio, onde foi titular durante a maior parte de seus três anos a serviço do Imortal Tricolor, mas não conseguiu conquistar nenhum título à serviço gremista. Acabou deixando a Azenha para atuar no Flamengo, em 2015, chegando à um rubro-negro que tentava se reconstruir.
Foram alguns anos de conquistas menos expressivas até o histórico ano de 2019, onde o rubro-negro carioca conquistou a Libertadores e o Brasileirão. Pará, porém, acabou deixando a Gávea ainda no meio das competições, retornando ao Santos, dizendo na época ser uma opção fácil, pois o Peixe era o clube onde o lateral havia sido mais feliz. Não dá para dizer, porém, que o lateral não foi campeão da América e do Brasil, já que atuou em jogos de ambas as competições, com Abel e com Jorge Jesus também, antes de ir ao Santos.
No Brasil, o recordista de títulos de "La Copa" é o lateral Vitor, que tem quatro títulos da competição, atuando na maioria dos casos como reserva. Estava no São Paulo bicampeão em 1992 e 1993, no Cruzeiro campeão em 1997 e, no ano seguinte, no excelente Vasco de 1998. Há vários outros com três títulos, como Fabiano Eller e Palhinha, na faixa em que o lateral santista entrará caso o Peixe seja campeão. O número, porém, ainda é distante de Francisco Sá, campeão seis vezes de La Copa, quatro com o Independiente e duas com o Boca.
Já para entrar entre os 10 jogadores brasileiros com mais atuações pela competição será uma marca muito mais complicada. O "último" desse ranking era, pelo menos até maio de 2020, num levantamento feito pelo Futebol Interior, o lateral Fábio Santos, atualmente no Corinthians, com 66 jogos. Kléber e Victor, mais a frente com 68 partidas podem até ser alcançados mais facilmente, caso a longevidade do jogador santista seja boa, já que pesa na disputa contra Fábio a questão da enorme probabilidade do careca disputar mais uma edição pelo menos à serviço do Timão.
Só o tempo dirá se o "Tri é tri" como diria o jornalista Felipe Noronha, se tornará tri da Libertadores inclusive na própria carreira, além de ser parte de um título que trará um recorde para o Santos. Independente de qualquer coisa, as boas atuações e a história marcante na campanha deste ano mostram que às vezes é preciso muito mais que jogar bem para ficar na história de um clube como o Alvinegro Praiano, já que o atual titular da ala direita tem muito mais o carinho da maioria dos santistas do que Victor Ferraz, que apesar de ter feito bons jogos ao longo dos anos pelo clube, ficou estigmatizado como o capitão da "Geração do quase" para os torcedores.
0 comentários:
Postar um comentário