Com informações do Santos FC
Foto: arquivo
O time do Santos bicampeão em 1956
A Federação Paulista de Futebol entendeu que a partida que apontaria a equipe campeã do Campeonato Paulista de 1956 deveria ser disputada em campo neutro e designou o Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, para ser o palco do encontro final entre o Santos e o São Paulo que terminaram o certame com a mesma pontuação e o dia escolhido foi o dia 3 de janeiro de 1957.
Cerca de 51 500 pessoas compareceram ao Pacaembu para ver a grande final. O time de Vila Belmiro entrou em campo escalado por Luiz Alonso Perez, o Lula, com Manga, Wilson e Feijó; Ramiro, Formiga e Zito; Tite, Jair da Rosa Pinto, Pagão, Del Vecchio e Pepe. O técnico Feola armou o time da capital com Borelli, Clelio e Mauro; Sarará, Vitor e Alfredo; Maurinho, Zezinho, Gino, Dino e Canhoteiro.
A expectativa era de um jogo equilibrado. O São Paulo tinha o melhor ataque da Série Azul e o Santos, atual campeão do torneio, a melhor defesa e um poderoso ataque. No entanto, Vasconcelos, um dos destaques da equipe, estava fora. O atacante havia quebrado a perna em uma partida justamente contra o São Paulo, rodadas antes.
O árbitro inglês Erwin Hieger deu início ao jogo e a contagem foi aberta logo aos nove minutos. Clélio cobrou falta na intermediária santista, Gino saltou mais do que a zaga e desviou a bola para trás. Ela acabou sobrando para Zezinho, que girou o corpo para chutar e marcar o primeiro gol da partida sobre o goleiro Manga.
Com a vantagem no marcador, os são-paulinos alteraram o seu padrão de jogo, valendo-se das jogadas de contra-ataque. Os santistas aumentaram a pressão e a estratégia acabou dando certo. Em uma jogada despretensiosa pela lateral do campo, a zaga acabou se complicando e o lance terminou em pênalti a favor dos santistas, convertido por Feijó. O tricolor se recuperou ainda no primeiro tempo e, aproveitando uma falha na retaguarda santista, desempatou o jogo, novamente com Zezinho.
O Santos voltou para a etapa complementar disposto a mudar o cenário da partida e garantir o bicampeonato paulista pela primeira vez na sua história. Tite empatou aos 18 minutos e um inspirado Del Vecchio virou o jogo aos 26 e ampliou aos 34 minutos. Assim, com um incontestável 4 a 2, o Santos sagrava-se bicampeão estadual.
Para chegar ao título de 1956 o Alvinegro venceu a fase de classificação com 30 pontos ganhos, um a mais do que o Corinthians, e venceu também a fase final, ou Série Azul, empatado com o São Paulo. Na soma geral conquistou 62 pontos, sete a mais do que o São Paulo; obteve 29 vitórias, quatro a mais do que o tricolor, e perdeu apenas três vezes, metade do vice-campeão.
Um fato estranho antes da partida - Além da conquista memorável que deu ao clube santista o seu terceiro título paulista, o que muito se falou nos dias posteriores a vitória foi a substituição feita dos jogadores titulares da defesa santista, horas antes da partida decisiva.
O técnico Lula, atendendo a uma orientação do presidente Athié Jorge Coury e o do vice-presidente Modesto Roma, tirou da equipe Hélvio e Ivan colocando em campo Wilson e Feijó respectivamente. Uma substituição que até hoje rende comentários na imprensa esportiva não só da cidade de Santos como também do estado de São Paulo pela maneira um tanto quanto inusitada como aconteceu.
Os dois jogadores afastados na partida extra retornaram ao time e permaneceram jogando normalmente criando um clima de especulação e mistério sobre o motivo que gerou a substituição horas antes do início da partida.
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