Por Lucas Paes
Foto: Arquivo
Descolamento de rotina abreviou a carreira de Tostão
Tostão é um dos maiores craques da história do futebol brasileiro e mundial. O ex-meio campista completa neste dia 25 de janeiro seus 74 anos de idade. O mineiro, porém, viveu um episódio triste que abreviou uma trajetória que poderia ter sido muito mais longa dentro das quatro linhas, quando descolou a retina devido à uma bolada no ano de 1969, num dos acidentes mais tristes já sofridos por um jogador brasileiro.
A primeira ocorrência de acidente com os olhos de Tostão ocorreu em primeiro de agosto de 1969, mais especificamente num amistoso em Bogotá preparatório para a partida da Eliminatória da Copa do Mundo do ano seguinte contra a Colômbia. Em uma dividida com Castaños, ele sofreu uma lesão no olho que preocupou, mas que naquele momento não foi exatamente tão séria. Porém, o que viria na sequência complicou muito mais as coisas.
A pior ocorrência viria pouco depois. Era 24 de setembro de 1969 e se enfrentavam Corinthians e Cruzeiro num chuvoso Pacaembu. Numa jogada, o ponta Tostão escorregou e a bola sobrou para o zagueiro Ditão, que tentou afastar a bola, acertou uma bolada na cara do cruzeirense. Segundo contou Tostão em uma entrevista, a bola parecia "ter alguma pedrinha.". Ele acabou substituído na hora, e no fim das contas o Corinthians venceu por 2 a 0.
Horas depois, quando começou a ver pontos escuros, foi levado à um médico. Uma bateria de exames detectou o descolamento de retina, que obrigaria o craque cruzeirense, de apenas 22 anos na época, á fazer uma operação séria que poderia inclusive fazer com que perdesse a visão. Às vésperas da Copa do Mundo, a situação era um pesadelo para a Seleção Brasileira. A operação seria feita nos Estados Unidos.
Para a sorte de Tostão (e do Brasil) a intervenção foi um sucesso. Os seis meses de recuperação fizeram com que o mineiro só voltasse aos campos às vésperas do mundial, mas a confiança de Zagallo foi conquistada e o resto é história. Tostão foi campeão do mundo e deu a medalha ao médico que o deu a chance de voltar à jogar, o Doutor Roberto Abdalla Moura, que segue clinicando mesmo no alto dos seus mais de 85 anos.
O problema na retina, porém, voltou a atormentar Tostão em 1973. Desta vez, mesmo com uma segunda cirurgia, se tornou improvável que ele conseguisse voltar à jogar. Sabendo disso, fez um curso preparatório para o vestibular e acabou se tornando médico. Formado em 1981 em clinica geral pela Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, viveu uma vida simples até meados dos anos 1990, quando voltou a estar ligado ao futebol através de colunas em jornais e de aparições na televisão.
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