Foto: arquivo São Paulo FC
Müller desabafa para cima de Costacurta no gol que deu ao São Paulo o bimundial
No dia 12 de dezembro de 1993, o São Paulo já era um time campeão do mundo: um ano antes vencera o temido Barcelona por 2 a 1, de virada. Para defender o título, o Tricolor fez uma partida difícil contra o Milan, realizada no Estádio Olímpico Nacional de Tóquio, no Japão, resolvida apenas no fim, com Müller fazendo 3 a 2 em um gol de calcanhar, mas sem querer. No desabafo, sobrou até para o zagueiro Costacurta.
Talvez muitos não acreditassem que o São Paulo poderia derrotar dois esquadrões do futebol no torneio mais importante disputado entre clubes. Com a bola rolando ficou claro que o time são-paulino não se intimidaria, apesar dos sustos e lampejos milanistas na área de defesa brasileira – chegaram a acertar o travessão aos 13 minutos da primeira etapa. Mas o São Paulo abriu o marcador, com Palhinha, aos 19 minutos.
No segundo tempo, o jogo "pegou fogo!". Massaro, aos 3 minutos, empatou o jogo. Toninho Cerezo, que foi considerado o melhor em campo, fez o segundo do Tricolor aos 14'. Mas o Milan era valente e buscou a nova igualdade, aos 35', como centroavante francês Papin.
Mas aí veio o lance que ficou na memória dos sãopaulinos. "Foi um lançamento do Toninho Cerezo. O goleiro Rossi [do Milan] chegou primeiro na bola. Para não machucá-lo, eu pulei, o que é normal nesse tipo de lance, mas o Rossi não segurou a bola, ele rebateu. A bola tomou força e, na velocidade que eu estava, ela bateu em mim e tomou a direção do gol", disse o próprio autor do gol, Müller, em entrevista à Folha de São Paulo, em 15 de dezembro de 2013.
Ele admite que foi sem querer. "Um milagre de Deus. A bola bateu no meu calcanhar e entrou. E eu estava de lado e não de frente para o gol. Ela bateu e entrou no gol. Foi inusitado. Essa é a pergunta que eu mais respondo. Sempre digo que o gol realmente foi sem querer e que milagre não se explica, milagre se aceita", explicou.
Depois do gol, Müller virou para comemorar e deu de frente com o zagueiro Costacurta. Em italiano mesmo, o jogador, que havia defendido o Torino antes de voltar ao Tricolor, soltou um "questo gol è per te, pagliaccio!", que significa "Este gol é para você, palhaço", em português.
O jogador também explicou o porque soltou o verbo. "Foi coisa de jogo. Alguns minutos antes do meu gol teve uma confusão e a gente começou a discutir e brigar. Após o gol, houve a provocação. Mas foi uma coisa de jogo, não era uma rixa, nem nada. Todo mundo queria ganhar e numa final vale tudo", finalizou.
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