Por Lucas Paes
Foto: Arquivo
O São Paulo campeão da Copa Conmebol de 1994
As categorias de base do São Paulo seguem rendendo ótimos frutos ao Tricolor Paulista, uma tradição que também vem de muitos anos. Em 1994, exatamente no dia 21 de dezembro, misturando jovens da base e outros jogadores contratados que ainda não tinham espaço no excelente time principal tricolor, o SPFC ganhou a Copa Conmebol com seu "expressinho", que revelou diversos ótimos jogadores para o futuro do clube e do futebol como um todo.
O expressinho funcionava de maneira semelhante aos times Bs ou Castillas que vemos na Europa. Garotos advindos da base, ainda em idade de categoria sub-20 e reservas mais experientes que não conseguiam espaço dentro do absurdo time de Telê Santana jogavam partidas de torneios onde o São Paulo optava por colocar equipes reservas para atuar. A diferença essencial é que não havia a disputa de torneios oficiais propriamente ditos pelos garotos, o que mudou com a equipe sendo jogada para atuar na Copa Conmebol.
Os reservas e os garotos são-paulinos conquistaram aquele campeonato com uma goleada por 6 a 1 pra cima do Peñarol no Morumbi na primeira partida e até perdendo por 3 a 0 em Montevidéu, porém sem riscos de uma virada. Antes de falar de bons jogadores, a primeira peça que tem de ser destacada no contexto do time é Muricy Ramalho. Ex-jogador que já havia passado pelo Morumbi quando profissional, Muricy naquela altura era o principal auxiliar de Telê e foi incumbido de comandar o "expressinho" na Conmebol, depois de vencer com os garotos o torneio de Croix, na França.
O primeiro grande nome que aquela equipe trouxe ao Soberano foi um tal goleiro chamado Rogério Ceni. Numa época onde Zetti ainda era o dono das metas tricolores, Ceni foi um dos destaques da equipe. Aos poucos, começaria a ganhar espaço, assumindo definitivamente a titularidade em 1997. O resto, a partir daí, é história. A bonita história do maior ídolo da trajetória do São Paulo.
Na linha defensiva, Pavão chegou a conseguir algum destaque na carreira na Áustria, mas não passou muito disso. Nelson não foi muito longe também, mas Bordon teve uma trajetória incrível na Alemanha, onde se tornou ídolo das torcidas de Schalke e Stuttgart, fazendo sucesso na Bundesliga e sendo até hoje bem lembrado. Ronaldo Luis era um dos reservas mais experientes e teve uma carreira de altos e baixos, porém viveu bons momentos no Tricolor, sendo inclusive parte da equipe bicampeã da Libertadores.
No meio, Mona acabou não conseguindo grande destaque, tendo apenas alguns momentos bons no próprio tricolor, Pereira também não ficou muito famoso, mas Denilson se tornou uma das grandes revelações do clube e teve uma carreira boa, sendo inclusive campeão da Copa do Mundo de 2002 com a Seleção Brasileira. No meio de campo, entre os reservas, figurava ainda um jovem Juninho, que vinha do Ituano e ainda pouco atuava, mas que depois ficaria famoso com o apelido de Juninho Paulista e também faria uma carreira espetacular, se tornando um dos maiores brasileiros a passar pelo futebol inglês, sendo ídolo do Middlesbrough e também fazendo parte da Seleção campeã do mundo em 2002.
No ataque, uma história trágica vem de Catê, que veio para o Morumbi trazido do Guarany de Cruz Alta e era um reserva de luxo no time, sendo um dos "experientes" naquele expressinho. Teve ainda boas passagens por Cruzeiro e Universidad Católica, mas foi mais um andarilho no futebol e acabou sendo vítima de um acidente automobilistico aos 38 anos em 2011. Toninho, outro integrante do trio ofensivo, também teve uma carreira de andarilho, sem conseguir explodir o potencial que mostrava. Já Caio Ribeiro se tornou uma das grandes revelações do São Paulo, porém não conseguiu grande sucesso na Europa, mesmo assim teve uma sólida carreira no futebol brasileiro.
O Expressinho Tricolor foi aos poucos sendo desmantelado, principalmente depois da saída de Telê Santana do comando do clube. Hoje, o São Paulo não tem mais um time dedicado a seus jogadores reservas, mas segue colocando jogadores jovens na equipe titular, sendo uma das chaves para o sucesso do atual time, que luta e tem certa vantagem na busca pelo título do Campeonato Brasileiro de 2020.
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