As camisas de Diego Maradona

Por Lucas Paes

Diego Maradona jogou por seis clubes ao longo da carreira

Recentemente o mundo do futebol foi pego de surpresa de maneira extremamente triste pela morte do lendário Diego Maradona, maior jogador argentino de todos os tempos e um dos maiores jogadores da história do futebol. D10s, como era chamado pelos "hermanos", foi um ícone do futebol e passou ao longo de sua carreira por seis clubes diferentes, além da óbvia história com a Seleção Argentina.

Seleção Argentina - 91 jogos e 34 gols

Diego pela Argentina

Diferente de outros casos, aqui começaremos pela Seleção Argentina. Dom Diego foi acima de tudo um herói de um país, de um povo, praticamente a identificação de uma população inteira dentro de um campo de futebol, a personificação do argentino em sua forma mais característica. Jogou a serviço da Albiceleste as Copas do Mundo de 1982, 1986, 1990 e 1994. Na de 1986 praticamente carregou a equipe ao segundo título mundial de sua história, fazendo dois históricos gols diante da Inglaterra, num jogo que praticamente foi uma vingança da Guerra das Malvinas. Em 1990 conseguiu fazer com que Nápoles torcesse pela Argentina contra a Itália. Infelizmente, a última imagem de 1994 ficou marcada pelo doping, nada que apague a enorme história de Diego a serviço da seleção.

Argentinos Jrs. - 166 jogos e 149 gols

Ele começou no Argentinos Jrs.

Foi jogando no Tifón de Boyacá, que sempre faz um incrível trabalho na base, que El Pibe De Oro se apresentou ao mundo. Chegou no clube aos 9 anos e já aos 16 anos era titular da equipe principal. Com 17 anos foi pela primeira vez convocado pela Seleção Argentina e polemicamente cortado da Copa do Mundo de 1978. Ficou no clube até 1981, quando realizando um sonho de infância, como fanático torcedor Xeneizie que era, foi jogar no Boca.

Boca Jrs. - 71 jogos e 35 gols

Teve duas passagens no Boca

Vestindo azul e amarelo, realizou um sonho de infância e continuou sendo o grande destaque do futebol sul-americano. Atuou em muitos amistosos, além de partidas oficiais pelo gigante de Buenos Aires. Marcou em clássicos contra o River Plate e ajudou o Boca a conquistar o Campeonato Metropolitano de 1981. Em sua última partida pelo clube, num polêmico jogo com o Velez pelas quartas do Campeonato Argentino, acabou revidando uma agressão e sendo suspenso. Antes da Copa do Mundo de 1982, foi acertada sua transferência para o Barça, por 7 milhões de dólares.

Retorna ao Boca em 1995, após jogar a Copa do Mundo de 1994 e ser novamente pego no antidoping, passando ainda como dirigente por um pequeno time argentino e chegando a ser treinador do Racing. Foi nesse período que ocorreu a conhecida tentativa do Santos de contar com Don Diego. Acabou ficando alguns anos no clube até sua aposentadoria, que ocorreu em 2001, apesar de jogar profissionalmente efetivamente até 1997. 

Barcelona - 58 jogos e 38 gols

Ficou apenas dois anos no Barça

Pelos Culés, foi a grande aposta para encerrar um período negro da história barcelonista que na realidade só viria a se encerrar no final daquela década. A diretoria trouxe vários assessores argentinos para ajudar Diego, mas aquilo acabou fechando seu ciclo e atrapalhando sua adaptação. Ainda assim, na primeira temporada, ajudou o Barça a ganhar o título da Copa do Rei com uma atuação de gala dentro do Bernabéu na final diante do Real Madrid, sendo aplaudido de pé pela torcida merengue. Foi, porém, atrapalhado por uma hepatite, uma lesão grave causada por um jogador do Athletic Bilbao e também por uma confusão que protagonizou ao final da temporada 1983/1984 quando perdeu a Copa do Rei para o time basco, que também havia tirado o título espanhol do Barça. Suspenso, acabou praticamente sendo descartado pelo clube, sendo negociado com o Napoli. Saiu da Catalunha desgostoso com uma diretoria que Maradona sentiu que não tentou o defender ou evitar sua saída.

Napoli - 259 jogos e 199 gols

Virou Deus em Nápoles

O destino, ou Deus, ou qualquer uma dessas coisas que se queira dizer, as vezes escreve certo por linhas tortas. A serviço dos Partenopei, Maradona não só fez história como virou uma entidade em mais algum lugar além das terras argentinas. Num clube que sofria com toda a questão Norte x Sul da Itália, até então um pequeno representante da principal cidade da região, Don Diego simplesmente transformou para sempre o clube. Se o Napoli hoje é um time extremamente regular, que só não ganhou scudettos recentemente devido a existência da Juventus, muito se deve a passagem de Maradona, que mudou para sempre o clube.

Diego fez de tudo em Nápoles, conquistou dois campeonatos italianos sendo protagonista, conquistou uma Copa do UEFA, enfim, botou Nápoles no mapa do futebol italiano e europeu. Foi tão grande que fez boa parte da cidade torcer contra a Itália na semifinal da Copa de 1990 diante da Argentina. Foi no clube, porém, que viveu o início da decadência, quando caiu no doping por cocaína, teve uma suspensão por provas o ligando a Camorra e uma batalha judicial garantiu sua saída do clube. Nada disso, porém, apagou a idolatria do maior jogador da história do Napoli, numa cidade que até hoje tem muros e numa torcida que até hoje tem bandeiras pintadas em homenagem ao argentino e que também parou em homenagem ao craque.


Sevilla - 29 jogos e 14 gols

Passou de maneira apagada pelo Sevilla

Vai jogar pelo Sevilla na temporada 1992/1993, onde vive altos e baixos. No geral, porém, consegue números bons a serviço do clube andaluz, mas acaba brigando com diretores e com o treinador Carlos Bilardo após descobrir que estava sendo investigado por detetives devido a sua fama com relação a vida noturna. Acaba por deixar a equipe ao fim da temporada, sem marcar muito seu nome na história da equipe.

Newell's Old Boys

No Newell's, pouco atuou

Apesar de conseguir voltar a sua boa forma, dura ainda menos jogando pelos Leprosos, muito mais devido a lesões do que qualquer outra coisa. Joga apenas cinco jogos oficiais vestindo o preto e vermelho da equipe, sem conseguir marcar gols. Deixa a equipe em 1994, entrando de vez na depressão e se afundando ainda mais no vício em cocaína.
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