Com informações do Vasco da Gama
Foto: arquivo
O time do Vasco campeão brasileiro de 1974
O Campeonato Brasileiro, assim com este nome, começou em 1971. E logo na quarta edição um clube do Rio, pela primeira vez, ocupava o topo. Pioneiro como sempre, o Vasco, comandado pelo então menino Roberto Dinamite, que viria a ser anos mais tarde o maior artilheiro da competição, foi o grande campeão. Numa época em que o campeonato reunia 40 clubes e a vitória valia apenas dois pontos, o Gigante se fez ainda maior e no dia 1º de agosto de 1974 tornou-se o primeiro clube carioca a conquistar o Brasileirão.
Para alcançar o número um de seus quatro títulos brasileiros, o Vasco trilhou longo e árduo caminho. Foram 28 jogos, 12 vitórias, 12 empates e apenas quatro derrotas. No quadrangular final (a terceira fase do certame), com Cruzeiro, internacional e Santos, o Vasco era considerado azarão. Mais uma vez os críticos se enganaram. Nunca se deve duvidar do verdadeiro Gigante. Além do título, conquistado em um jogo extra contra o clube mineiro (vitória de 2 a 1, no Maracanã), Roberto Dinamite foi o artilheiro da competição, com 16 gols.
Consciente de sua importância na história do clube, Dinamite, agora presidente do Vasco, entende que a conquista do Brasileiro de 1974, quando tinha apenas 20 anos, foi um marco em sua carreira. O título, além de obviamente aumentar a autoconfiança do jovem atacante, deu visibilidade ao futebol daquele que se tornaria, anos mais tarde, um dos maiores atacantes do futebol brasileiro.
"Foi o início de tudo, inclusive de minha condição de titular na equipe. A conquista do Brasileiro de 74 me deu a confiança necessária para seguir a carreira e chegar aonde cheguei. Tecnicamente, o Cruzeiro era melhor, mas nós superamos tudo com muita determinação e disciplina. Isso também serviu de exemplo para toda a minha carreira", lembrou Dinamite.
O ex-craque e ex-presidente do clube fez questão também de enaltecer o grupo com o qual dividiu a conquista de 74, que foi importantíssimo para ele, sobretudo por estar em início de carreira. A solidariedade e os cuidados dispensados a Dinamite o emocionam até hoje.
"Teve um jogo, logo no começo do campeonato, em que, cansado de levar pancada, escorei um zagueiro. O time adversário veio todo em minha direção. A minha equipe inteira, que tinha jogadores experientes como o Alfinete, o Moisés e o Alcir, para citar apenas alguns exemplos, fez logo um cerco ao meu redor, na intenção de me proteger. Isso me deu uma tranquilidade grande. Graças a eles puder fazer os gols, ser o artilheiro da competição, com 16 gols, e ajudar o Vasco a conquistar o título", agradeceu Riberto.
Se dentro de campo o time se encontrava bem, fora dele a direção do clube também tinha desempenho destacado. Vasco e Cruzeiro terminaram o triangular final empatados, com quatro pontos cada. Segundo o regulamento, a decisão, então, teria de ser em um jogo extra, na casa do time com melhor desempenho na fase de classificação, no caso a equipe mineira (38 a 34 pontos).
Acontece que o artigo 54, do mesmo regulamento, alertava: “quando houver tentativa de agressão ou agressão por parte do público ou de dirigente, associado ou empregado do clube local a árbitro, seus auxiliares, dirigentes, empregados ou jogadores do clube visitante, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos, a atual CBF) reestruturará a tabela do Campeonato, invertendo o mando de campo de três jogos subsequentes do clube local.”
Como na partida entre as duas equipes, ainda durante o quadrangular final, no Mineirão, o vice-presidente do Cruzeiro, Carmine Furletti, invadiu o campo e tentou agredir o árbitro Sebastião Rufino, a diretoria vascaína fez valer o artigo 54 e a CBD autorizou a mudança do mando de campo da partida extra do estádio mineiro para o Maracanã, onde o Vasco venceu por 2 a 1 e levantou o caneco.
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