Foto: Divulgação/Conmebol
O Once Caldas ganhou a Libertadores de 2004
O ano de 2004 teve algumas das zebras mais marcantes do futebol mundial. As maiores ocorreram nas duas principais competições continentais de clubes do futebol mundial: enquanto na Europa, um bom time do Porto comandado por José Mourinho surpreendeu a todos na Liga dos Campeões, há exatos 16 anos, no primeiro dia do mês de julho de 2004, o Once Caldas levou o título da Copa Libertadores da América daquele ano, com uma vitória diante do Boca.
Comandado por Luiz Fernando Montoya, o Once Caldas tinha como grandes destaques o goleiro Henao e o bom meia Valentierra, além da ótima defesa e o treinador Montoya, grande mentor daquela equipe. Na primeira fase, os Albos, que haviam quebrado o jejum de títulos nacionais de cinco décadas no Apertura de 2003, caíram num grupo com Maracaibo, da Venezuela, Fênix, do Uruguai e o Vélez, time mais forte da chave. Nas três primeiras partidas, duas vitórias, por 3 a 0 contra o Fênix e 2 a 1 contra o Maracaibo e uma derrota para o Fortín na Argentina por 2 a 0, devidamente devolvida no returno no Palogrande. O triúnfo contra o Maracaibo, em casa, na penúltima rodada, basicamente garantiu o Once Caldas na segunda fase, com a primeira fase sendo fechada com um empate fora de casa contra o Fênix. Com 13 pontos, os Merengues saíram na primeira posição.
Nas oitavas, ninguém prestou muita atenção na classificação até tranquila do Once Caldas diante do Barcelona de Guayaquil, com um empate sem gols no Equador e uma vitória por 2 a 0 na Colômbia. Nas quartas, porém, os colombianos chamaram a atenção: enfrentando o Santos de Diego e Robinho, conseguiram buscar o empate por 1 a 1 na Vila Belmiro, já no finalzinho do duelo e venceram por 1 a 0 em Manizares, eliminando um dos favoritos da competição. Nas semis, veio o São Paulo e outra surpresa: os colombianos seguraram o 0 a 0 no Morumbi e num duelo eletrizante buscaram a vitória por 2 a 1 já nos acréscimos em casa, com gol de Agudelo. A zebra havia chegado a decisão.
O adversário na final era um titã sudaca, uma verdadeira entidade conhecida pelo nome de Boca Júniors de Bianchi. Na Bombonera, Tevez e seus colegas partiram pra cima do Once Caldas, que se segurou como pode e saiu da Argentina com um ótimo 0 a 0. Na volta, no primeiro dia de julho daquele ano, num Palogrande lotado, logo aos 6 minutos, um gol de Viáfara tornou o sonho libertador mais real que nunca para o time de Manizares, mas Burdisso empatou aos 8' do segundo tempo e levou a decisão para os pênaltis.
Nas penalidades, Valentierra, artilheiro do time, começou errando, parando em Abbondanzieri, mas Schiavi também errou, mandando a bola nas nuvens. Soto marcou na segunda cobrança dos donos da casa e Cascini parou em Henao. Ortegon parou no goleiro argentino novamente, mas Burdisso parou no travessão. O gol de Agudelo, que bateu bem demais seu pênalti, deu a chance do título ao Once Caldas. Cangele, nervoso, bateu mal, parou em Henao e a taça foi para a Colômbia apenas pela segunda vez na história.
A façanha do Once Caldas só não foi maior porque também nos pênaltis os blancos perderam o mundial para o Porto. O título libertador do clube de Manizares representou o exorcismo do apavorante Boca Juniors de Bianchi, que teve seu fim naquela noite. Os Xeneizes só voltariam a ganhar "La Copa" com Miguel Russo em 2007. O campeão da Libertadores de 2004 voltou a assustar o continente em 2011, quando era o pior classificado da fase de grupos e eliminou um Cruzeiro que vinha em estado de graça na competição, mas o Santos de Neymar despachou qualquer chance de outra zebra para o espaço em seu caminho para a consagração continental. Aquela foi a última grande aparição do clube em torneios sul-americanos, mas o time de 2004 jamais será esquecido pela torcida.
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