Por Victor de Andrade
Foto: divulgação Radar Esportivo
A placa que será colocada na entrada de Santos
Uma informação passada, inicialmente, pelo grande radialista Paulo Alberto, o capitão da equipe do Radar Esportivo, programa de rádio da Guarujá, de que um novo monumento em homenagem ao Santos Futebol Clube, a ser colocada na entrada da cidade de Santos, que está sendo reestruturada, causou várias discussões nas redes sociais, questionando a importância do mesmo. Aqui, logo de cara, já digo que a homenagem é mais do que justa, mas os outros dois times profissionais da cidade também merecem: Portuguesa Santista e Jabaquara.
Desenhada por pelo arquiteto Carlos Prates, a placa terá cerca de quatro metros de altura com o formato de uma camisa e o escudo do Peixe em relevo. Ele será implantado na confluência das Avenidas Martins Fontes e Nossa Senhora de Fátima e Via Anchieta, na entrada de Santos, para substituir o antigo monumento em homenagem ao Alvinegro, um totem de cimento de cerca de 2 metros de altura, que foi retirado por causa das obras no local.
Nas mídias sociais a discussão era grande. Os santistas, claro, defendendo a homenagem. Outros, alguns por clubismo e outros por pura ignorância, diminuindo a importância do clube para a cidade. E logo de cara, já falo: existe algo que mais leva o nome de Santos para o mundo do que o próprio Alvinegro Praiano? Talvez o Porto, e olha lá!
Para quem questionou o fato que deveria ser investido em turismo, dois dos maiores pontos turísticos da cidade são relacionados ao Santos Futebol Clube: a Vila Belmiro, estádio do clube, e o Museu Pelé (critica-se o valor da entrada, que ele não seja o ideal, mas é uma homenagem ao maior jogador da história do futebol e jogou praticamente sua carreira toda no Peixe). Em resumo, apesar das praias, da relação com a história do país, o time tem importância no turismo da cidade. Aliás, a própria peça pode sim virar um ponto turístico e, convenhamos, ela, que deve receber o acabamento, é bem mais interessante que a antiga.
Outro ponto interessante: mesmo que se reclame da média de público nos jogos realizados na Vila Belmiro (e é algo que se abre realmente uma discussão), qual é o evento na cidade de Santos que, praticamente uma vez por semana, coloca, em média, 4 mil pessoas (chutando baixo), com picos de 10 a 12 mil? Difícil! Alguém reparou o quanto o comércio no entorno e os ambulantes têm de movimentação em dias de jogos, a grande maioria consumindo? Isto é geração de emprego e renda, além de retorno de impostos para a Administração que pode aplicá-los em melhorias no Município (ou, pelo menos, deveria).
Com tudo isto posto, fica a pergunta: será que o Santos não tem importância para a cidade? Será que a homenagem não é merecida? Só com estes argumentos, eu acho que a placa é mais do que justa, ainda mais. A cidade tem monumentos em homenagem ao Porto, às personalidades históricas. E o Santos está incluída nelas.
Porém, os outros dois times da cidade que disputam competições do futebol profissional, Portuguesa Santista e Jabaquara, merecem também algo do tipo. E aqui não quero comparar o tamanho dos dois com o do Santos, isso é claro, mas em sua parcela, ambos têm relações com a história da cidade e do futebol. São clubes tradicionais do estado, fundadores da Federação Paulista, e fazem parte de momentos fundamentais do esporte brasileiro.
A Portuguesa Santista, por exemplo, foi o primeiro clube da cidade a ceder um jogador para a Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, Argemiro, em 1938. O Santos, por exemplo, só fez isto 20 anos depois. Além disso, a Briosa tem uma importância histórica para o mundo, "abrindo os olhos" para o problema do Apartheid na África do Sul, em 1959, na excursão onde o time Rubro Verde conquistou a Fita Azul do Futebol Brasileiro e, por causa de sua postura, o governo brasileiro rompeu relações com o regime sul-africano, sendo o primeiro país do mundo, fora do continente africano, a tomar tal atitude, desencadeando uma série de posturas semelhantes ao redor do planeta.
Além disso, atualmente, a Portuguesa Santista vem tendo uma média de público superior a mil pessoas por jogo. Mesmo sendo um número relativamente pequeno, comparado aos grandes times, qual é o evento que, por semana, durante quatro meses consecutivos, faz algo parecido na cidade? Difícil! E aí entramos novamente, lógico que em uma escala menor, na cadeia de comércio, ambulantes, impostos e renda.
O Jabaquara também merece. Sua importância para a cidade e o estado é enorme, é um time tradicional, que todos conhecem. Já foi time de coração de personagens principais de novela da Globo (Tempos Modernos, lembram? Provavelmente uma homenagem a Plínio Marcos) e é sempre citado por grandes nomes da crônica esportiva brasileira.
Além disso, o Leão da Caneleira foi o nascedouro de dois dos grandes ídolos da história do futebol brasileiro e mundial: Baltazar, o Cabecinha de Ouro, e Gylmar dos Santos Neves (que tem uma bela estátua dentro do clube). O Jabuca tem uma história linda!
E vou lembrar: lembra do monumento antigo do Santos na entrada da cidade, o totem de cimento? Então, Portuguesa Santista e Jabaquara têm os seus. O da Briosa fica em frente ao Estádio Ulrico Mursa e o do Leão da Caneleira na Praça Júlio Dantas, a uns 200 metros do clube. Então, por que não renová-los também? Que se faça uma campanha para que alguma empresa da cidade doe estas homenagens ou algo do tipo. Assim como o Santos, Briosa e Jabuca merecem!
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