Por Lucas Paes
Foto: UEFA.com
Lars Ricken fez o gol do título europeu do Borussia Dortmund
O Borussia Dortmund é um dos mais tradicionais clubes da Alemanha. Concorrente direto do Bayern pelas conquistas da Bundesliga em tempos recentes, os aurinegros se tornaram, principalmente a partir do período Jurgen Klopp, um fenômeno midiático e popular mundial, com o time que tinha Lewandowski, Gotze, Reus e outras figuras se tornando um marco de popularidade no futebol. Desde então, no Brasil particularmente, as abelhas ganharam diversos fãs entre crianças e jovens, pautados principalmente na figura de Marco Reus. Muito antes, porém, de muitos dos simpatizantes atuais sequer nascerem, o BVB foi campeão europeu com um de seus maiores ídolos marcando o gol do título: Lars Ricken, o homem de uma só camisa, que completa 44 anos neste dia 10.
Ricken foi, como dito anteriormente, aqueles casos de jogadores identificados e enraizados dentro de um único clube. O alemão viveu em sua carreira de atleta uma trajetória análoga a nomes como Maldini, Totti, Rogério Ceni, Gerrard, entre outros jogadores que tornaram seu clube quase uma identidade. Ricken foi Borussia Dortmund do começo até o final, desde seu primeiro chute dentro do Westfalenstadion até o calvário vivido por causa das lesões que sempre o perseguiram. Quase como um Marco Reus de outras eras, numa quase maldição que seu clube sofre com as lesões.
Ricken sempre teve as cores aurinegras dentro de si. Ele chegou a divisão de base do Borussia com apenas 14 anos e rapidamente mostrou qualidades que o alçaram ao profissional. Ainda antes de completar 18 anos estreou na Bundesliga numa derrota em casa para o Stuttgart. Seu primeiro gol vem numa partida diante do Duisburg, vencida por 2 a 1 pelos aurinegros. Jogou pouco na temporada 1993/1994, mas ainda marcou um gol na Copa da UEFA, na desclassificação para a Internazionale. Nas duas temporadas seguintes, ajudaria na conquista do bicampeonato alemão.
Ele passa a atuar mais regularmente na temporada 1994/1995, mas quase sempre vinha do banco para fazer boas atuações, marcando seis gols na Bundesliga. Aos poucos foi se firmando no time titular, mas viveria seu grande momento vindo do banco de reservas. No dia 28 de maio de 1997, ele começa na reserva a decisão da Liga dos Campeões, entre Juventus e Dortmund, no Olímpico de Munique. Os alemães abrem 2 a 0 antes de Del Piero diminuir e o jogo ficar perigoso. Ricken entra aos 25 minutos do segundo tempo e segundos depois, acerta um chutaço de cobertura em cima de Peruzzi, num lindo contra-ataque de seu time, que decide o título europeu.
Com isso, começou a ganhar espaço e ser titular, porém era atrapalhado por lesões constantemente, que impediam seu progresso. Ainda em 1997 foi convocado pela primeira vez pela Seleção Alemã, mas acabou perdendo a Copa do Mundo por problemas musculares, situação que se repetiria na Eurocopa de 2000. Na temporada 2001/2002, quando os aurinegros conquistam a Bundesliga, ele tem o que é o melhor momento de sua carreira, quando sem sofrer tanto com as lesões, marca 10 gols em 44 jogos e acaba convocado para a Copa do Mundo, onde não chega a entrar em campo.
A situação começa a piorar a partir do biênio 2004/2005, quando sofre com problemas mais sérios. Na temporada 2006/2007, consegue jogar apenas 11 partidas, sem saber ainda, atuando pela última vez com a camisa amarela e preta, numa derrota para o Bayer Leverkusen. Apesar de todos os tratamentos e de chegar a treinar no Columbus Crew, da MLS, seu corpo não o permite mais o retorno aos gramados e Ricken anuncia aposentadoria em 2009, depois de mais de um ano de inatividade. Termina sua sofrida, porém bonita trajetória no Westfalenstadion com 64 gols em 390 partidas. Hoje, já fora dos gramados, ele trabalha como coordenador das divisões de base do clube.
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