Com informações do Sport Recife
Foto: Williams Aguiar / Sport
A Ilha do Retiro, o estádio do Sport Recife, está completando 83 anos
Casa de todos os rubro-negros, o Estádio Adelmar da Costa Carvalho, a Ilha do Retiro, completa 83 anos de fundação neste 4 de julho. Um templo em concreto, com alicerces impregnados de “Cazá, Cazá”. E a turma da fuzarca, que atualmente representa uma legião de quase 2 milhões de torcedores, viu nesse palco títulos nacionais, estaduais e regionais. Além do estádio, a Ilha abriga um um complexo para os esportes olímpicos e amadores, qualificando-se como a maior estrutura de um Clube do Norte e Nordeste.
E durante toda essa caminhada, alguns momentos são inesquecíveis. Mostramos abaixo alguns desta gloriosa trajetória. Confira:
Jogo de estreia - Em 4 de julho de 1937, o esquadrão rubro-negro pisava pela primeira vez na Ilha do Retiro, dois anos depois da aquisição do terreno. E o palco da inauguração teve como protagonista um Clássico das Multidões. Sport e Santa Cruz jogaram um amistoso e os leoninos venceram por 6×5, em uma partida com 11 gols, sendo o primeiro deles marcado pelo rubro-negro Arthur Danzi. Uma vitória para começar com o pé direito no seu próprio estádio, antes mesmo de ter o nome que tem atualmente.
O primeiro jogo oficial foi na semana seguinte, no dia 11 de julho. Pelo Campeonato Pernambucano, o Leão empatou com o Tramways por 2×2.
Batismo - Ainda levando apenas “Ilha do Retiro” como nome, o estádio rubro-negro iria homenagear um grande rubro-negro. Durante a segunda reforma que o campo recebeu, durante o ano de 1953, e visando o cinquetenário do Clube, Adelmar da Costa Carvalho foi um dos que mais ajudaram financeiramente a reforma e, por isso, o estádio passou a levar seu nome. Na ocasião, foram contruídos um poço artesiano, campo de treinamento, bilheteria, ampliação de arquibancada e nova instalação de iluminação.
Maior público - O dia em que a Ilha do Retiro mais ferveu foi na final do Campeonato Pernambucano de 1998, que contemplou o maior público da história do Clube. O adversário era o Porto e o Leão venceu o jogo por 2 a 0, sagrando-se tricampeão estadual, com os gols marcados por Irani. Ao todo, 56.875 leoninos fizeram a festa. No mesmo ano, o Leão recebeu o Corinthians sob os olhares de 53.033 torcedores, sendo o segundo maior público.
Recebendo a Copa - A primeira Copa do Mundo no Brasil, em 1950, guarda muitas lembranças para o povo brasileiro até os dias de hoje. Para os rubro-negros, o Mundial traz também uma recordação histórica. No dia 2 de julho, a Ilha do Retiro recebeu o único jogo daquela Copa realizado fora do eixo Sul/Sudeste. O jogo Chile 5×2 Estados Unidos contou com a presença do então presidente da FIFA, Jules Rimet, nas tribunas de honra.
O jogo foi trazido para a Ilha graças a um esforço do Sport, em parceria com Prefeitura do Recife, Governo do Estado e Federação Pernambucana de Desportos, que organizaram com perfeição o duelo entre Flamengo e Fluminense na casa do Leão, em 1947. O clássico carioca em solo pernambucano deu ainda mais respaldo para que a Ilha do Retiro fosse palco de uma partida da Copa do Mundo.
Canarinho na Ilha - A Seleção Brasileira já jogou na Ilha por duas vezes! As partidas aconteceram contra a Seleção Pernambucana nos anos de 1956 e 1969, ambas em caráter amistoso. No dia 1º de abril de 1956, ocorreu o primeiro embate, quando o Brasil venceu Pernambuco por 2×0, com casa cheia no Adelmar da Costa Carvalho. Na época, a arquibancada frontal da Ilha ainda estava em construção. A renda da partida foi de Cr$ 601.970, mas o público oficial não foi divulgado – até então só os números da bilheteria eram revelados.
O segundo confronto foi em 13 de julho de 1969, com a Canarinho goleando os pernambucanos por 6×1. A partida contou com o rei Pelé em campo, perto de chegar ao milésimo gol da carreira. O astro foi cercado pela imprensa na ocasião. Além disso, sete paraquedistas da brigada aérea fizeram um pouso no gramado durante o intervalo. O público foi de 26.929 pagantes, com uma renda de Cr$ 282.114.
Estrutura - Com o estádio de capacidade para 29.300 pessoas, a Ilha do Retiro não se resume apenas a seu estádio. Atualmente, o Clube abriga um complexo aquático com piscina de medidas olímpicas para os atletas leoninos. Ginásio de futsal e basquete, quadras de vôlei, tênis e hóquei e salas de taekwondo, judô, futebol e tênis de mesa. Além disso, são três campos auxiliares que atendem os jogadores de futebol de base e futebol feminino, que também são atendidos pelos alojamentos.
No complexo futebolístico, o Clube possui vestiários com aparelhos de academia, fisioterapia e médico. Uma sala de imprensa para dar suporte à mídia local e conceder entrevistas coletivas, além de salas de apoio para a assessoria de imprensa.
Ilha como a "primeira casa" - Atualmente, a Ilha do Retiro tem cerca de 80 atletas hospedados. São dois alojamentos direcionados para os garotos da base e as meninas do futebol feminino profissional. Com alimentação montada pela nutricionista, os atletas fazem suas refeições dentro do próprio Clube e usufruem de toda a infraestrutura oferecida. Essa estrutura de ponta é um diferencial no momento de revelar jogadores e montar equipes fortes. Reativado este ano, o futebol feminino ganhou muitas atletas com as condições oferecidas.
“Aqui é a nossa casa. Trocamos ideias, conversamos, ficamos mais próxima enquanto equipe. A estrutura que o Sport oferece é fora de série e todas as meninas que vão chegando durante o ano ficam impressionadas. A Ilha do Retiro é um grande ponto de união”, disse a atacante Juliana, que está há seis meses no Clube.
É campeão! - Os dois maiores títulos da vitoriosa e centenária história do Sport Club do Recife foram conquistados justamente na temida Ilha do Retiro. A primeira decisão foi pelo Campeonato Brasileiro de 1987, que por conta do imbróglio jurídico só aconteceu no início do ano seguinte. Sport e Guarani disputaram a taça. Após o empate em 1 a 1, em Campinas, o estádio Adelmar da Costa Carvalho recebeu a finalíssima, no dia 7 de fevereiro.
Com gol do zagueiro Marco Antônio, o Leão venceu por 1 a 0 e proporcionou uma festa inesquecível à torcida, que não pensou duas vezes em invadir, em peso, o gramado. Outro dia que não sai da memória dos torcedores foi o 11 de junho de 2008. Data da finalíssima entre Sport x Corinthians, pela Copa do Brasil, quando o Maior do Nordeste conquistou o Brasil pela segunda vez.
Apelidada carinhosamente de “La Bombonilha”, a Ilha foi fundamental na conquista do título, já que em casa o time rubro-negro venceu todos os seus adversários por dois ou mais gols de diferença. Era justamente o que o Sport precisava para ser campeão. Com gols de Carlinhos Bala e Luciano Henrique, o Leão fez 2 a 0 nos paulistas se tornou o primeiro e único do Nordeste a levantar a segunda taça mais importante do país.
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