Por Lula Terras
Foto: Vasco da Gama
A teimosia de alguns clubes brasileiros em peitar a pandemia torna mais difícil a volta do futebol, em curto espaço de tempo. O país, que tem seu passado de muitas glórias, caminha a passos largos para o fundo de um abismo, em relação ao praticado e organizado em outras paragens, como na Europa, onde é realizado o melhor futebol do mundo, e sonho de consumo da quase totalidade de jovens atletas brasileiros e da América do Sul.
A forma do enfrentamento da pandemia do Covid-19 (coronavírus) é mais uma forma de entender essa enorme diferença. No Velho Mundo, as coisas estão caminhando para a breve retomada dos calendários. Na Alemanha, o futebol está de volta, através de sua principal competição, conhecida por Bundesliga. No mesmo caminho estão a Inglaterra, Espanha e Itália, que já estão se estruturando para a retomada de seus calendários.
Já no Brasil, o que temos visto são verdadeiras trapalhadas, de importantes agremiações do principal escalão. Alguns atletas tiveram sua condição de contaminados pelo vírus, reveladas, caso do meia atacante Diego Souza, que integra o elenco do Grêmio Porto-alegrense, mas segue em isolamento na sua residência, no Rio de Janeiro, e o equatoriano Cazares, atleta do Atlético Mineiro, também teve confirmada sua contaminação. Esse foi ainda mais irresponsável, fazendo diversas festas em sua residência, mesmo sabendo do risco de contaminação.
Um dos primeiros clubes brasileiros a retomar às atividades, o Flamengo, atual campeão brasileiro, providenciou os testes para detecção do Covid-19 em seus atletas, que detectou positivo em alguns jogadores, sem que seus nomes fossem divulgados. A diretoria informou recentemente que outros testes foram realizados, sendo que desta vez apontou como negativa a contaminação. O clube teve ainda o registro da morte de dois ex-membros de sua comissão técnica, por coronavírus: o massagista Jorge Luiz Domingos, o Jorginho, com mais de 40 anos de serviços prestados ao clube, e também do roupeiro, Luís Carlos Evangelista Ribeiro, o Babão. Mesmo com todas essas adversidades, o elenco já está de volta aos treinamentos.
O Vasco, que está iniciando suas atividades, também realizou testes em seu elenco, que apontou a contaminação de nada menos do que 16 atletas, mas seus nomes não foram informados pelo clube. Nos clubes pequenos do Rio, que voltaram aos treinamentos, em quase todos houve, ao menos, um infectado. Tudo isto dá razão a Botafogo e Fluminense, que estão indo na contramão de seus co-irmãos de estado e mostram que estão com a decisão acertada.
Enfim, são decisões precipitadas, como essas que devem atrasar ainda mais, o retorno do calendário futebolístico em nosso país. Resta a nós, torcedores que os Deuses do Futebol olhem um pouco pelos nossos dirigentes, para que façam menos besteiras e passem a levar a sério, a modalidade esportiva mais amada do País.
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